Germano Almeida animado: “Não gostaria de ficar na história como a pessoa que trouxe o coronavírus para minha terra”

O escritor Germano Almeida está a sentir-se física e psicologicamente saudável, apesar da ameaça de ter trazido consigo o coronavírus Covid-19 de Portugal, na sequência da sua participação num festival internacional de autores. Em conversa telefónica mantida com o Mindelinsite esta manhã, o premiado escritor mostrou-se animado e confirmou que deu um abraço ao colega chileno Luís Sepúlvuda, que foi entretanto diagnosticado com o vírus.

Segundo Almeida, chegou a S. Vicente com uma pequena gripe e decidiu por precaução ficar sob quarentena. “Não gostaria de mais tarde ficar na história como a pessoa que trouxe o coronavírus para a minha terra”, diz meio a brincar. No fundo, o escritor está convencido que as análises vão dar negativo. Como diz, a gripe começa a regredir e os primeiros exames não revelaram nada de preocupante.

“Estou à espera da análise clínica propriamente dita do vírus para saber se saio já daqui directo para a minha casa ou se vou para outro sítio”, comenta Almeida, para quem não há razões para alarmes sociais por causa da suspeita. “É só confrontarmos a quantidade de pessoas infectadas com a taxa de mortes”, lança esse paciente, que está disposto a fazer o tempo de quarentena necessário em concertação com as autoridades sanitárias.   

Desde a tardinha de ontem que Germano Almeida se encontra internado num pequeno quarto no hospital Baptista de Sousa. O escritor está isolado e se sente “meio enjaulado” nesse espaço exíguo, muito por causa do seu grande tamanho. Questionado sobre as condições que dispõe no quarto, Almeida salienta que o hospital nunca apresenta “boas condições”, estas, diz, só as poderá ter na sua residência. Ciente de que vai passar alguns dias isolado, o escritor está neste momento a ver como poderá aproveitar esse tempo para ler e escrever alguma coisa.

Kim-Zé Brito

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