O Director Nacional da Saúde recusou pronunciar-se, não obstante a insistência dos jornalistas, sobre um possível alargamento do Estado de Emergência na ilha de Santiago, numa altura em que, pelo menos no concelho da Praia, os casos confirmados aumentam de forma acentuada. Artur Correia voltou a realçar que o EE não elimina a Covid-19, mas admite que a sua vigência mitigou o impacto da pandemia no arquipélago.
“Não vou dar a minha opinião pessoal sobre o alargamento ou não do estado de emergência, pelo menos não neste fórum. Há locais próprios para falar sobre isso. O que posso dizer é que este estado de excepção não elimina a covid-19 em Cabo Verde e nem em nenhum outro país. O que houve e há é uma mitigação do impacto desta pandemia. É isso que estamos a fazer e estamos a conseguir”, clarificou o responsável nacional da Saúde Pública.
A prova, diz Correia, é que neste momento apenas duas ilhas continuam com transmissão activa do vírus, no caso Praia e Boa Vista, sendo que nesta última há semanas que não se confirmou mais nenhum caso. “O EE contribuiu e muito isso e evitou o alastramento da pandemia. Também não se assistiu a um avalanche de casos no país. Isso não se consegue por milagre. É do trabalho que está a ser feito e que tem dado resultado.”
O DNS admite que o estado de emergência não pode ser ad sternum. Mas se as medidas adoptadas foram cumpridas e o Estado zelar por isso, estarão a contribuir para a mitigação do impacto no pós-EE. Segundo Correia, as ilhas vão abrir-se com todos os cuidados, mas cientes de que podem aparecer casos nas demais ilhas. Em havendo, espera que não haja um avalanche nas estruturas de saúde. “Está nas mãos de todos.”
De referir que, no acumulado, Cabo Verde tem 260 casos confirmados, dos quais 198 internados em isolamento, a sua grande maioria na Praia. O número de recuperados aumentou para 58, com o acréscimos de mais dois doentes curados da Praia. Até às 15 horas de hoje foram identificados mais cinco suspeitos: três da Praia, um de Santa Catarina e um de São Lourenço.