O empresário Alex Saab Morán, de nacionalidade colombiana e venezuelana, foi transferido hoje do Sal para a ilha de S. Vicente, onde vai continuar em regime de prisão preventiva. A notícia foi avançada pela RCV, que confirmou a partida do avião do aeroporto internacional Amilcar Cabral rumo à pista de aterragem do aeroporto Cesária Évora, na cidade do Mindelo.
Segundo a RCV, Saab Morán, que foi detido no Sábado pela Polícia Judiciária cabo-verdiana após efectuar uma escala técnica no Sal – com base num mandado internacional emitido pela Interpol -, terá dito às autoridades judiciárias que a sua detenção era injusta e que outra coisa não passava do que um acto político. Tido como testa-de-ferro do presidente Nicolás Maduro em esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro, o suspeito, conforme ainda o mesmo órgão, ainda não tinha apresentado passaporte diplomático esta manhã.
Essa operação foi criticada pela Venezuela. O governo liderado por Nicolás Maduro disse em comunicado que a captura de Saab Morán em Cabo Verde foi ilegal por estar em missão oficial e com imunidade diplomática. Neste sentido, pediu a libertação do venezuelano-colombiano, pois, no entender desse país, trata-se de um acto arbitrário, uma violação do direito e das normas internacionais.
No entanto, a ex-Procuradora-Geral da Venezuela anunciou esta segunda-feira que vai remeter às autoridades cabo-verdianas a cópia de uma investigação feita pelo Ministério Público venezuelano sobre Alex Saab Morán, conforme da conta a agência Lusa. Segundo este órgão, Luísa Ortega Díaz garantiu que vai dar esse passo e enalteceu a importância de se entregar Saab Morán às autoridades norte-americanas para responder aos crimes de corrupção cometidos.
Como realça a RCV, o processo passa a estar sob a responsabilidade do Tribunal de Relação de Barlavento, que terá agora a missão de gerir este caso internacional e que ameaça colocar a diplomacia cabo-verdiana sob pressão.