Famílias originárias de Cabo Verde radicadas nos Países Baixos (Holanda) estão a tentar esconder as causas da morte de seus ente-queridos, atitude que tem dificultado o apuramento de dados sobre vítimas do Covid-19 no seio da comunidade, conforme apurou o Mindelinsite junto de pessoas destacadas. Em conversa via WatsApp com o Cônsul-geral de Cabo Verde em Roterdão, este jornal conseguiu verificar a dificuldade de Gregório Semedo em apurar e confirmar os dados junto da comunidade e das entidades sanitárias naquele país.
“Tudo indica que faleceu uma pessoa cujo teste tinha acusado positivo”, disse o Cônsul Gregório Semedo, que fez saber ainda que continua a diligenciar esforços no sentido de poder confirmar os dados sobre possíveis outros casos de infeção e de prováveis mortes no seio dos emigrantes.
“Aqui na Holanda, as pessoas são muito fechadas, mas a realidade é esta”, disse-nos Margarida Mendes, uma das responsáveis do grupo “Fidjos di Terra” de cabo-verdianos que vivem no agora chamado Países Baixos. Esta responsável comunitária dá-nos conta do falecimento de um senhor que vai a enterrar na segunda-feira, cuja morte, de acordo com Margarida Mendes, foi provocada pela Covid-19. Esta fonte indica ainda o falecimento de mais uma pessoa na sexta-feira por coronavírus. Instada a pronunciar sobre o facto de o próprio Cônsul-geral não ter conhecimento oficial destes casos, Margarida Mendes desafiou Gregório Semedo a procurar estas informações por considerar de muito importante este procedimento.
Por outro lado, o nosso jornal ouviu Osvaldo Brito, o promotor do “Letra das Ilhas”, um veículo de informação e notícias para a comunidade cabo-verdiana na Holanda, que acabou por confirmar a dificuldade em se conseguir este tipo de dados junto das famílias, por estas demonstrarem reservas em se expor.
No entanto, hoje domingo, Osvaldo Brito anunciou no programa “Nação Global”, da RCV, o registo de quatro mortes, mas sem contudo citar fontes.
João do Rosário (Portugal)