A Camara Municipal de São Vicente reagiu esta manhã às declarações do líder regional da Comissão Política do PAICV para dizer que “as cestas básicas incomodam muita gente” e que, ao invés de união nesta altura de pandemia”, ficam a detonar o trabalho social da autarquia. O facto da CMSV não ter gasto “nenhum centavo” com as 7000 cestas básicas, entregues até ontem, que estima ter abrangido 28 mil agregados familiares, diz Lidia Lima, é motivo para comemorar.
“Esta colaboração mostra que temos solidariedade na nossa ilha, gente responsável e consciente de que a união faz a força. Muitas pessoas ficam perturbadas por causa das cestas básicas e ficam detonando todo o esforço, a nobreza, serenidade e seriedade deste trabalho, critica a vereadora Lídia Lima, que atribui mérito pelo feito, neste tempo difícil para muitas famílias, às empresas, parceiras da autarquia, e ao esforço dos técnicos e voluntários e ao apoio da FICASE.
Em conferência de imprensa para reagir as declarações do presidente regional da comissão politica do PAICV, a autarca alegou que a CMSV sentiu-se no dever de prestar esclarecimentos à população e aos parceiros sociais, “para salvaguardar a coragem, a solidariedade, a confiança e a serenidade e a união de forças” que caracterizaram S. Vicente neste período, nos campos social, económico e cultural.
Perante a ameaça do COVID-19 em São Vicente e de todos os problemas sociais e económicos, consequências das medidas sanitárias e confinamento impostos pelo Governo para combater a pandemia, Lima assegura que, através dos seus técnicos e da equipa, a autarquia foi destemida a ajudar os que mais seriam afetados economicamente na crise.
Nega ainda que a CMSV tenha feito descontos do salário dos funcionários para oferecer cestas básicas. “Já disseram que a CM só sabe entregar cestas básicas. Criticaram de todas as formas o trabalho social, com o objetivo de ajudar o máximo possível neste momento difícil e não de promover o assistencialismo“, lamenta Lima, para quem a única guerra que deveria existir agora é contra o novo Coronavírus que esta a matar milhares de pessoas no mundo.
Acusa Graça de produzir discursos meramente políticos, infundados e de desespero, fazendo apelos para adoptar medidas que já foram ou que estão a ser implementadas, realçando que esta não é a solução para minimizar os problemas que provêm desta crise. “A solução é a união, a partilha de informações e de ideias. É a junção de esforços.”
Assegura que, durante o Estado de Emergência, a CMSV esteve fechada, não cobrou e nem gerou receitas. Mesmo assim, isentou o pagamento da renda de Abril a todos os microempresários com negócios comerciais em espaços geridos pela câmara, nomeadamente nos mercados da Praça estrela, Monte Sossego e Ribeirinha, no Mercado Municipal.
Medidas adoptadas
Para além disso, todos os microempresários e as vendedeiras ambulantes e as que trabalham no mercado e nos espaços da CM foram todos inscritos no programa Rendimento Solidário e que ja começaram a receber os 10 mil escudos do Governo. A Câmara também perdoou os juros de demora a comerciante e pessoas em situação de dívida. Enumera ainda o fornecimento de água gratuita por três semanas numa media de 98metros cúbicos, por dia a pessoas sem muitas condições económicas e a promoção da limpeza da cidade no sentido de evitar a propagação do vírus.
Neste momento, garante Lídia Lima, estão a trabalhar com o Governo na implementação de apoios sociais que visam combater os efeitos da pandemia, bem como a equacionar medidas para alavancar a economia local. “Estamos a encetar contactos com operadores econômicos, auscultando as preocupações e ja manifestamos para analise o alargamento do período de funcionamento dos estabelecimentos comerciais como os restaurantes e bares, para até às 23 horas”, frisa a vereadora.
Em jeito de balanço, avança que 210 pessoas já receberam o Rendimento Social de Inclusão e 1403 pessoas o Rendimento Solidário. E há mais beneficiários que deverão receber também, mas que estão com o processo em andamento. Promete ainda que irão iniciar em breve a distribuição de mascaras gratuitas a famílias mais carenciadas.
Sidneia Newton (Estagiária)