Cabo Verde regista até este momento três casos importados de coronavírus, dois cidadãos ingleses e uma holandesa, e 150 pessoas estão em seguimento, informou esta manhã o Director Nacional da Saúde. Artur Correia revelou ainda que o marido da turista inglesa, que no caso é um contacto próximo, também já efectuou os testes, que seguiram hoje para a cidade da Praia, para análises.
Desses, segundo o DNS, a situação clínica da turista holandesa é a mais preocupante. “Esta turista chegou em Cabo Verde em estado de recuperação pós-operatório e com algumas infecções. A sua situação acabou por se agravar com o Covid -19”, indicou Correia, que destacou ainda o intenso trabalho de seguimento que vem sendo feito a nível da ilha da Boa Vista, com o reforço do pessoal técnico que saiu da cidade da Praia, sobretudo na identificação dos funcionários dos dois hotéis onde foram confirmados estes três casos, e também dos que já tinham saído do trabalho e que não puderam entrar por causa da declaração de quarentena destes locais.
Estes, prossegue, estão a ser identificados e acompanhados para os devidos efeitos. “A nível nacional, temos neste momento cerca de 150 pessoas que estão em seguimento. São 80 pessoas provenientes da Europa, estrangeiros e cabo-verdianos, que estão a ser seguidas nas diferentes ilhas onde estão, e 20 provenientes do Senegal. Temos ainda 50 pessoas que saíram da ilha das Dunas antes da declaração do estado de quarentena e mesmo depois, como é do conhecimento público,” frisa Artur Correia, que não descarta a hipótese do surgimento de mais casos suspeitos, sobretudo a nível dos hotéis. “Espero que não seja a nível da população. Mas temos de estar preparados para esta eventualidade .”
O Director Nacional da Saúde aproveitou para agradecer a população pela forma como tem acolhido e respeitado as medidas anunciadas pelo Governo de diminuir a frequência de aglomerações públicas, nas praias, restaurantes, de entre outros. “Isso é muito positivo e agradecemos a população por esta cidadania responsável”, frisou, realçando que a cada dia que passa o Serviço Nacional de Saude está a melhorar e a densificar a capacidade de resiliência nesta fase em que se está enfrentar a pandemia.
Agradeceu, igualmente, a parceria com a Polícia Nacional e com as Forças Armadas que, afirmam, têm dado uma contribuição muito positiva, nomeadamente na identificação das pessoas que estão a chegar nas restantes ilhas provenientes da Boa Vista, e eventuais pessoas que não estejam a cumprir a quarentena. Este lembrou que, desde sábado, todas as pessoas que regressarem ao país, nacionais ou não, farão quarentena obrigatória num dos hotéis das ilhas de acolhimento. “Neste momento, estão a ser intensificadas em todas as regiões do país actividades de informação, educação e comunicação às comunidades, inclusive com carros de som a circular nas principais cidades de Cabo Verde, o que é de salutar.”
Sobre as denúncias da população, Artur Correia tranquilizou as pessoas e explicou que os cabo-verdianos que saíram da ilha da Boa Vista não são criminosos e nem fugitivos. Lembrou ainda que muitos viajaram para as suas ilhas antes da quarentena e outros depois, mas não podem ser tratados como criminosos. “O foco fundamental é que cumpram as medidas restritivas anunciadas pelo Governo e de seguimento para efeito de detecção precoce.”
Constanca de Pina