Data Center do Mindelo pronto daqui a 9 meses: Oportunidade para criação de 50 empregos directos

Dentro de nove meses a ilha de S. Vicente estará dotada do edifício que vai acolher o prometido Data Center. A expectativa do Governo é que possa inaugurar a obra até o final deste ano, se o consórcio Armando Cunha-CME cumprir o prazo acordado. Pelos vistos isto será possível, pois ontem começou a demolição simbólica do ex-lar de Estudantes de Chã d’Marinha, que vai dar lugar a um projecto futurístico desse centro tecnológico. Com a ajuda do manobrador de uma máquina pesada, o Primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva derrubou parte do velho edifício, dando assim início a contagem regressiva de edificação dessa infraestrutura.

Ontem foi finalmente assinado o contrato de empreitada desse empreendimento que irá possibilitar a criação de 50 empregos directos na ilha de S. Vicente, em particular de técnicos com competências para assegurar o funcionamento desse centro tecnológico. É que esse data center vai servir de rectaguarda da sua congénere na cidade da Praia, para, em caso de blackout, alavancar e normalizar o sistema. Como referiu o engenheiro Nuno Gomes, coordenador da Unidade de Gestão de Projectos Especiais, o grande objectivo do Parque Tecnológico, projecto avaliado em 36 milhões de euros e no qual está inserido o Data Center do Mindelo, é contribuir para o desenvolvimento sustentável de Cabo Verde através de uma aposta nas tecnologias, mas com foco especial na inovação.

Segundo Ulisses Correia e Silva, o real valor do data center ultrapassa de longe o edifício. O importante, realça, está no interior, com aquilo que os equipamentos irão proporcionar. “O seu conteúdo vai dotar S. Vicente de competências, capacidades, recursos humanos qualificados visando a melhoria do desempenho económico da ilha e a melhoria da qualidade de vida almejada”, frisa o “premier”. Neste sentido, acrescenta o Chefe do Governo, foi definido um programa de políticas integradas que promovem a inovação e o empreendedorismo de base tecnológica.

Tais políticas, segundo Correia e Silva, contemplam também a criação de infraestruturas e o aumento da conectividade. “Falo do aumento da velocidade da internet 4G, cujo concurso foi lançado e brevemente será concretizado; da iniciativa Ellalink; o desenvolvimento das telecomunicações, que são tão importantes como termos boas autoestradas para os carros circularem”, elucida o Primeiro-ministro, que aproveitou o ensejo para anunciar que haverá a separação funcional das actividades da empresa CV Telecom, assim como a recentralização do foco no Nosi na governança electrónica. Deste modo, esse núcleo vai libertar para o mercado a componente de criação de soluções informáticas, área onde vários técnicos jovens estão a revelar um grande nível de competência.

O arranque da construção do data center vem provar, segundo o edil Augusto Neves, que o Governo está a lutar em prol do desenvolvimento da ilha de S. Vicente. Esse empreendimento, frisa, simboliza aquilo que é próprio de Mindelo, urbe ligada à tecnologia, ao espaço académico, à história do ensino. “A Câmara de S. Vicente tudo tem feito para junto com o governo concretizarmos os grandes empreendimentos e que estão a acontecer, como este data center, o terminal de cruzeiros, a estrada da Baia das Gatas, o Campus do Mar, a extensão do hospital Baptista de Sousa…”, salienta Neves.

Orçado em 6 milhões de euros, o Data Center terá um centro de competências, uma sala para 100 lugares – que pode ser usada para diversos tipos de actividades – e ficará situado em Chã d’Marinha, nas proximidades da UniCV, na Ribeira d’Julião.

Kim-Zé Brito

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