Alunos da Escola Secundária Jorge Barbosa em São Vicente entregaram na direção da referida escola, na tarde de sexta-feira, um abaixo-assinado com cerca de 150 assinatura de colegas do 11º ano, que se posicionam contra o “excesso de avaliações” neste 3º trimestre. Dizem que estão a ser obrigados a fazer duas provas internas e uma nacional, para além dos trabalhos individuais e de grupo. Segundo informações apuradas por Mindelinsite, na segunda-feira será a vez dos colegas da Escola Salesiana e José Augusto Pinto depositarem nas direções das escolas os seus abaixo-assinados e, posteriormente, os do Liceu Ludgero Lima.
Estes alunos recorrem a lei que diz, taxativamente, que “no ensino secundário, é obrigatório a realização de um número mínimo de dois momentos formais de avaliação sumativa, e em cada trimestre, definida em núcleos de coordenação e gestão curricular e grupos disciplinares.” Mas defende, que a lei não especifica se estes elementos de avaliação são escritas, orais, trabalhos individuais ou de grupos. “Os alunos do 8º ano fazem um teste e a prova nacional. No 11º ano de escolaridade, nas disciplinas bianuais, tanto os alunos como os professores estavam a pensar que teríamos também duas provas, sendo uma interna e uma nacional. Mas, para a nossa surpresa, as escolas decidiram que temos de ter dois momentos de avaliação, mais a prova nacional.”
Significa, de acordo com estes discentes que falaram em anonimato ao Mindelinsite, que terão de fazer três provas neste trimestre, mais os trabalhos. “Em dois meses teremos de fazer duas provas internas e uma externa (nacional). Não teremos nem tempo para respirar porquanto, para além destes, temos outros quatro itens de avaliação em cada disciplina, designadamente um trabalho de grupo e um individual, com o peso de 10% cada, um trabalho pratico (10%) e outros elementos de avaliação (20%). Ou seja, para cada uma das disciplinas bases teremos sete elementos de avaliação.”
Para estes alunos, para além de ser antipedagógico, é excessivo. “Para se ter ideia, o 3 º começou no dia 3 e abril e temos professores a marcarem provas para os dias 25 a 30 do corrente mês. A segunda prova terá de ser feita, imperetrívelmente em meados do maio e a nacional será a partir de 17 de junho. Não entendo porque não limitamos a cumprir a lei que diz que o mínimo é dois.”
E é com base na lei que voltam novamente a argumentar, dizendo que, a titulo excepcional e devidamente fundamentada em ata da coordenação pedagógica, se pode realizar um único momento formal de avaliação sumativa em cada trimestre. “Não nos foi apresentado nenhuma justificação para a exigência de tantos elementos de avaliação. Mas sabemos que a direção da ES Jorge Barbosa está a aguardar uma orientação da Direção Nacional”, pontua.
Também dos docentes das diferentes escolas secundárias torcem o nariz a esta decisão. Lembram que tem o prazo de 15 dias para corrigir e entregar os testes. “Com este calendário tão apertado, corremos o risco do segundo ou terceiro teste acontecer antes dos 15 dias. E não somos obrigados a entregar os testes. Significa que os alunos vão fazer uma nova avaliação sem saber o resultado do anterior. Mas a lei proíbe que isso aconteça, ou seja, nenhum aluno pode fazer um teste antes de receber o anterior.
Ao que conseguimos apurar, trata-se de uma acção consertada entre os alunos do 11º ano de escolaridade das diferentes escolas secundárias de São Vicente, que visam repor “a normalidade”, isto é, fazer apenas duas avaliações neste semestre, podendo ser provas e trabalhos.