A Agência de Aviação Civil suspendeu o certificado de navegabilidade do avião ATR 72 da Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV) devido ao uso de um pneu em mau estado no aparelho, operado pela BestFly Cabo Verde. Segundo a TCV, a medida foi justificada pela AAC por violar os regulamentos e da aviação civil e constituir um risco elevado à segurança operacional.
A decisão de suspender o certificado de navegabilidade do aparelho foi tomada na sequência de uma inspeção de seguimento realizada ontem à referida aeronave, que tem a matrícula D4BFA. A agência constatou que o avião tinha uma componente indevida instalada, no caso um pneu em mau estado e que, de acordo com a autoridade aeronáutica, vai contra o estipulado no regulamento.
Por essa situação constituir um risco elevado de segurança operacional, a AAC decidiu suspender o certificado de navegabilidade da TICV até que sejam esclarecidas e sanadas as questões levantadas na inspeção efectuada. Mas, ao que tudo indica, o uso do pneu em mau estado é o menor dos problemas.
É que esta mesma aeronave, a D4-BFA, esteve antes envolvida em uma outra situação complicada, de acordo com um relatório elaborado pelo seu comandante e remetido para o Diretor Geral da Bestfly Américo Borges, com conhecimento de demais directores, a que o Mindelinsite teve acesso.
No documento, este relata que no dia 15 de agosto o avião realizava um voo entre São Vicente e Praia, com 46 passageiros e quatro tripulantes, totalizando 50 pessoas a bordo. No momento da configuração e seguindo dos procedimentos padrões como descritos no “SOP”, após a extensão dos “FLAPS” para posição de quinze graus (15º), seguido pela extensão do trem de aterragem, não foi possível proceder com a extensão normal dos “FLAPS” para posição trinta graus (30º).
“Abandonando a aproximação e seguindo diretamente para o ´VOR SNT´ onde entramos em espera (´holding´) informando a torre da Praia no processo”, lê-se no relatório, que está escrito numa linguagem muito técnica.
Trocando por miúdos, o avião terá enfrentado problemas técnicos graves que obrigaram a solicitação de bombeiros em prontidão e a realização da aterragem em condições visuais devido a esta anomalia. Apesar dos receios da tripulação, concluiu o comandante, a aterragem foi bem sucedida.
Importa esclarecer que os voos da BestFly são operados com Certificado de Operador Aéreo (COA) da TICV – Transporte Interilhas de Cabo Verde, cuja frota é composta por duas aeronaves ATR 72-600, com a capacidade máxima de 70 passageiros, registos D4 – BFA & D4 BFB (matrícula cabo-verdiana).