O Presidente Augusto Neves convocou hoje a imprensa para denunciar o “espetáculo” realizado na quarta-feira na Câmara Municipal de São Vicente por uma instituição, sem precisar qual, para levar apenas seis documentos: certidão matricial, escritura e pagamento de terreno. Nega, por outro lado, que tenha sido levado qualquer equipamento informático. “Acho que fizeram isso porque a CMSV é a melhor sala de espetáculo da ilha. Obviamente, para manchetes nos jornais e maior audiência, nada como o palco onde estão os políticos, alvos muitas vezes de insultos e desrespeito”.
De acordo com o presidente, esperou dois dias após o “espetáculo” realizado na CMSV na quarta-feira, numa hora de ponta e com muito movimento no serviço da secretaria e urbanismo, esperando que as instituições envolvidas dessem um esclarecimento e explicassem à população o que, de facto, aconteceu. “Não podem deixar as coisas subentendidas para cada munícipe tirar as suas ilações e fazer comentários, muitas vezes especulativos e maldosos”, enfatizou Augusto Neves, deixando claro que a CMSV não tem nada a ver com a situação, que envolveu dois munícepes.
“É um conflito entre dois cidadãos muito conhecidos da praça, que se desentenderam. Acho que deviam ter anunciado o nome dos envolvidos”, constatou, lembrando que todos os munícipes têm processo de terreno inscritos na CMSV, mas também em outras instituições como a Conservatória dos Registos e Cartórios, que não foram sequer mencionadas neste processo. “Por isso não entendemos o real motivo e sentido deste espetáculo, dificultando o trabalho dos funcionários. Muitas audiências tiveram de ser canceladas, inclusive a emigrantes, e outros expedientes ”, diz Neves, para quem a ação poderia ser realizada em outro horários, e não numa quarta-feira, dia em que se realiza audiências.
“Esta operação não foi feita ao acaso. Há motivações que deveríamos entender ou então deveriam explicar”, acusa. E tudo isso, afirma, para levar seis folhas A4: certidão matricial, escritura e pagamento, sendo que alumas destas já tinham sido enviadas às instituições. “Aproveito para esclarecer que não levaram da CMSV nenhum equipamento informático. Tudo isso é mentira e especulação”, desabafa o edil, aproveitando para pedir mais respeito para com a CMSV, que foi eleita pelo povo.
Segundo Neves, formou-se um alvoroço, como se um crime violento tivesse acontecido dentro da CM, com muitas viaturas e comunicação social. Aliás, o presidente aproveitou para apontar as suas baterias também à imprensa. “Sou obrigado a pensar que existem motivações políticas porque é uma vergonha a comunicação social e outros meios terem chegado à CMSV antes da entrega do mandado. É uma vergonha, não digo que é coincidência. Com tantos problemas que a ilha tem e que merecem uma atenção especial e serem resolvidos, estamos a perder tempo, embora as notícias que envolvem a CM e os políticos sejam mais bonitas e trazem muitas audiências e comentários nas redes sociais.”
Confrontado com o facto de todas as informações divulgadas pela imprensa, inclusive a apreensão de equipamentos informáticos, constarem de um comunicado emitido pela PJ, A. Neves limitou-se a dizer que então esta está mal informada porque levaram da CMSV apenas seis documentos. “Outras informações são erradas, denegrindo a imagem da Câmara. Por isso é que digo que há outras motivações”, insistiu, recusando, entretanto, avançar nomes. “Assim como não citaram nomes, eu também não vou. Mas, repito, da CMSV não levaram nenhum equipamento informático”, rematou.