Portugal cria primeira máscara que inativa novo coronavírus

Portugal criou uma máscara têxtil e reutilizável, com capacidade comprovada para inactivar o novo coronavírus. A máscara MOxAd-Tech foi criada pela fabricante Adalberto em conjunto com a retalhista do grupo Sonae Fashion (Mo), o Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, o Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal e a Universidade do Minho.

“Este projeto pretende, desde a primeira hora, reforçar a proteção pessoal na atual situação de pandemia, tornando acessível o vestuário técnico ao maior número de pessoas possível”, dizem os responsáveis em comunicado. A máscara “superou com sucesso os testes realizados pelo Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, tornando-a na primeira máscara com capacidade de inactivar o vírus SARS-CoV-2”, acrescenta a nota disponível no site oficial da marca. Mesmo após “50 lavagens”, o efeito mantém-se e o vírus permanece inativo ao entrar em contacto com o tecido. 

Segundo Pedro Simas, investigador e virologista deste instituto, os testes mostraram que esta máscara tem uma “redução viral de 99% ao fim de uma hora de contacto com o vírus, de acordo com os parâmetros de testes indicados na norma internacional”, revelou, sustentado esta sua afirmação nos vários testes realizados e que permitiram concluir que este EPI beneficia de um revestimento inovador que neutraliza o vírus quando este entra em contacto com o tecido. 

A diretora-executiva da Adalberto, Susana Serrano, explica por seu turno que a máscara “é constituída por três camadas”. “A camada exterior tem um repelente. Os vírus transmitem-se por gotículas de água e assim que caem numa máscara elas escorregam”, referiu Susana Serrano, sublinhando então que “a probabilidade de [a gotícula] ficar no tecido já é reduzida”.

“Mas isso não chegava”, acrescenta a diretora-executiva daquela empresa têxtil, referindo então a segunda camada: “Nós adicionámos-lhe um acabamento funcional, que é um anti-microbiano antivírico, comprovado neste momento pelo Instituto de Medicina Molecular, que inativa a Covid-19”.

Esta segunda camada acaba por ser o maior trunfo, como explica Susana Serrano. “Os vírus têm uma cápsula à volta e com este acabamento se o vírus ficar no têxtil o que faz é que essa cápsula é destruída. Não se pode dizer [que fica] morto, mas fica sem atividade de contágio”, refere. 

A terceira camada é um “gestor de humidade”, que oferecerá mais conforto perante a transpiração e os odores sentidos pelo portador da máscara. De referir que estas já estão a ser comercializadas, tanto em Portugal como em outros da União Europeia. 

C/Sol.pt

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