Covid-19: Rússia pede autorização de emergência à OMS para lançar Sputnik V

A pandemia de covid-19 iniciou uma nova corrida entre as grandes potências mundiais, com os principais laboratórios focados no desenvolvimento de um tratamento eficaz para fazer frente ao novo coronavírus. A Rússia assumiu a liderança quando, a 11 de agosto, Vladimir Putin anunciou que o país tinha registado a primeira vacina capaz de travar o SARS-CoV-2 que alastrou por todo o mundo, ceifando a vida de pelo menos 1,16 milhões pessoas. 

Um pedido para a pré-qualificação da Sputnik V — indicada para pacientes entre os 18 e os 60 anos — foi enviado à Organização Mundial da Saúde (OMS), num momento em que uma segunda vaga atinge a Rússia, batendo recordes de novos casos e óbitos, o que perfaz um total que ascende 1,5 milhões de infeções e atinge 26.269 vítimas mortais.

A rapidez com que a vacina russa tem sido desenvolvida está a ter um efeito polarizador: parte da comunidade científica olha com apreensão para a sua eficácia, levantando dúvidas sobre a segurança e suspeitas de que esta possa ser uma forma de propaganda política, enquanto mais de 50 países parecem indiferentes e já encomendaram a Sputnik V, que chegou a ser administrada numa das filhas de Putin, ainda numa fase inicial dos ensaios.

Um artigo da CNN refere que atrasos nos testes podem fazer com que a Sputnik V não seja a primeira vacina a ficar concluída, estando atrasada face às rivais norte-americanas, nomeadamente a Pfizer e a Moderna, depois de Putin ter dito que esperava que a produção fosse iniciada em setembro e a chegada ao mercado acontecesse já em janeiro de 2021.

Dos 17 mil voluntários que se disponibilizaram para integrar a fase 3 de testagem da vacina, até agora apenas 6 mil receberam a segunda dose de Sputnik V, desenvolvida pelo Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya. O virologista Konstantin Chumakov, da rede de especialistas Global Virus Network, adverte que a Sputnik V pode estar “atrasada dois ou três meses” em relação aos laboratórios dos EUA.

C/Expresso.pt

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