A vereadora que responde pelo pelouro Mercado e Feiras criticou a acção realizada anteontem pelos fiscais da Câmara de São Vicente e a Policia Nacional, que apreenderam todo o pescado à venda na Praça Estrela e arredores, o que deixou os visados revoltados. Em entrevista ao Mindelinsite, Neusa Sança afirma que tem vindo a sensibilizar as vendedeiras para inibir esta prática e que foi pego de surpresa pela operação. Adianta que já se reuniu com algumas instituições e responsáveis dos mercados em busca de subsídios para um plano de intervenção com foco na saúde pública, higiene urbana, segurança e organização da cidade do Mindelo.
“Foi triste ver esta acção porque vai minar a confiança conquistada nos encontros tidos com as vendedeiras da Praça Estrela e arredores, mas também com as autoridades, para se definir um plano consistente para acabar com a venda nas ruas do Mindelo. A vereadora não foi ouvida e nem consultada nessa operação”, assegura esta autarca.
De acordo com esta entrevistada do Mindelinsite, o plano de intervenção que tem vindo a desenhar e que está assente em quatro pilares – Saúde Pública, Higiene Urbana, Segurança das Pessoas e Organização da Cidade – já lhe permitiu encontrar-se com a Marinvest para discutir a criação de uma “campanha” de sensibilização das vendedeiras. Igualmente reuniu-se com o responsável geral dos mercados e feiras, os colaboradores da Praça Estrela e o responsável da fiscalização da CMSV.
“Tive também um encontro com o Gabinete de Comunicação e Imagem da Câmara para a elaboração de um cartaz, fizemos uma limpeza geral na Praça Estrela para depois fazer a marcação com tinta e enumeração dos espaços. Tivemos encontros com a Polícia Nacional e de Trânsito, solicitamos uma parceria no acompanhamento do comércio informal nas ruas com a IGAE, Delegacia de Saúde e com Forças Armadas”, enfatiza Neusa Sança, que destaca sobretudo as reuniões com as vendedeiras dos mercados da Praça Estrela e arredores e do Mercado de Verdura.
No que tange ao pessoal que vende pescado, sobretudo na rua de Tubarão, a vereadora alega que demanda uma outra intervenção por causa do atraso da obra do Mercado de Peixe, que se arrasta há três anos. “Decidimos fazer uma sensibilização por equipas multidisciplinares, com elementos de cada uma das entidades parceiras, conforme acordado nos encontros. Teremos uma campanha de publicidade móvel e aviso indicando uma data definitiva para a retirada. Iremos também realizar um seminário sobre essa temática para finalizar esta intervenção. Por isso, nunca poderíamos, a meio percurso, fazer uma fiscalização musculada para apreender os seus produtos”, diz Sança, que justifica este acto com a ausência de concertação na CMSV.
Enquanto responsável pelos Mercados e Feiras, diz, não teve nenhuma intervenção nesta fiscalização, não teve intenção de prejudicar ninguém e nem tirar as pessoas da rua, sem uma solução prévia. A prova disso, prossegue, é que tem vindo a ajustar as melhores soluções possíveis para os ambulantes.
