O Siacsa, sindicato representativo de trabalhadores da Frescomar, agendou uma manifestação para amanhã à porta desta empresa de conserva de peixe, no Lazareto. O motivo, conforme apurou este website, é exigir melhores condições de trabalho e protestar contra a política de despedimento levada a cabo por essa unidade industrial. Segundo o jurista deste sindicato, a empresa anda a colocar em causa a dignidade e o respeito pelos seus trabalhadores, quando estes dão o seu esforço para assegurar a produtividade da fábrica.
O Sindicato de Indústria Geral, Alimentação, Construção Civil, Agricultura, Serviços, Florestas, Serviços Marítimos e Portuários critica ainda as decisões da empresa quando, por exemplo, os trabalhadores precisam ausentar-se da fábrica, nomeadamente por razões de saúde. “Há casos em que, para os trabalhadores sairem e irem ao hospital, têm que ter a devida autorização dos chefes, mesmo com uma autorização passada pela enfermaria. Caso alguém se sentir mal, se não tiver nenhuma das assinaturas dos responsáveis pela empresa, esta pessoa não sai até o momento em que acabar o expediente”, expõe Jorge Duarte, jurista do referido sindicato.
Este jurista mostra-se ainda inconformado com a pressão que, diz, a empresa sujeita os funcionários quando faltam e a forma como processa os despedimentos. Como explica, a lei pede que o trabalhador seja avisado com pelo menos 10 dias de antecedência, em caso rescisão de contrato, mas que, na Frescomar, são avisados no próprio dia.
Estas situações, segundo Duarte, colocam em causa a dignidade da pessoa que trabalhou e dedicou a vida à empresa. Este frisa que o ambiente laboral chegou a um ponto de ruptura. Desta forma, a manifestação, prevista para o período de tarde de amanhã, tem por objetivo exigir da empresa “a regularização das situações que não contribuem para um ambiente laboral harmonioso e saudável e, ainda, a dignidade e o respeito pelos funcionários”.