O brasileiro Nivaldino Silvério, 29 anos, foi esta manhã sentenciado a cinco anos de prisão pelo Tribunal de S. Vicente pelo crime de narcotráfico de alto risco, uma pena próxima do limite mínimo. Para o juiz Antero Tavares, ficou provado que o arguido viajou de S. Paulo para Mindelo, com escala em Lisboa, com uma mala contendo cocaína e que deveria ser entregue a um receptador. A droga, acrescentou o magistrado, estava impregnada num conjunto de roupas, o que dificultou a sua extração pela Polícia Judiciária. Deste modo, foi impossível determinar o peso certo do estupefaciente e o valor que representaria no mercado, o que acabou por beneficiar o suspeito.
Dada a incapacidade técnica da PJ em extrair a cocaína líquida em S. Vicente, a droga foi pesada juntamente com os tecidos, tendo atingido quase dez quilos. Mas, para a defesa, era imprescindível saber a quantidade certa que o “correio” estava a transportar para ser devidamente enquadrado em termos legais.
O brasileiro foi detido no aeroporto internacional Cesária Évora no dia 28 de Abril deste ano, após ser abordado por inspectores da PJ numa operação de rotina. Estes desconfiaram do seu comportamento e acabaram por descobrir que uma mala abandonada no tapete rolante lhe pertencia. Como realçou o juiz, o brasileiro tinha as chaves com ele e o teste rápido à presença da cocaína nalgumas peças de roupa e toalhas deu positivo. No entanto, devido a incapacidade da PJ em S. Vicente de retirar a droga, enviou amostras dos tecidos para a cidade da Praia, só que o peso líquido da droga nunca foi comunicado ao Tribunal. O cidadão brasileiro foi assim condenado a cinco anos de prisão e com medida de expulsão de Cabo Verde após cumprimento da pena.
Entretanto, o juiz Antero Tavares condenou também esta manhã o cidadão cabo-verdiano Marcelino Monteiro por condução sob efeito do álcool. O arguido apanhou 80 dias de multa à razão de 100 escudos dia e, caso não cumprir essa determinação, deverá cumprir 53 dias de prisão.
KzB
