Mindelenses voltam a reclamar das plantas nos canteiros: “Muros no meio das estradas”

Os condutores e pedestres continuam revoltados com a falta de visibilidade nas avenidas da cidade do Mindelo, provocada por árvores não podadas nos canteiros. O problema é tão conhecido que os motoristas já traçaram um mapa das vias com maior perigo eminente de acidente, por causa das plantas que dividem as faixas de rodagem.

Abordado enquanto atravessava a rua da Praia de Bote, o pedestre  Jorge Sotero reclama por ser obrigado a esticar-se para ver se circulava no momento algum carro do outro lado da estrada. “Não é só ao volante que percebemos o perigo e nem é só na rua de Praia d’Bote. Vais para o lado do estádio Adérito Sena é um perigo. Sobes para a zona da Delegacia da Saúde a situação é horrível, igualmente na Rua de Coco, como também na Avenida Marginal e nos lados da Lajinha”, enumera Sotero.

Para este mindelense, o perigo não se resume a acidente de veículos ou atropelamento. As plantas com grande volume, para este munícipe, podem ser usadas igualmente como esconderijo por assaltantes. Como pedestre e condutor, este sugere que a ornamentação seja substituída por relvas, como foi no passado.

Outra utente inconformada é a jovem Samira Chantre. Esta condutora conta que escapou há dias de uma colisão frontal com outro carro, perto da Universidade Lusófona, devido a falta de visibilidade tanto dela como do outro veículo. Apesar dos cuidados que assegura tomar, como o recurso à buzina nos locais de fraca visibilidade, mostra-se apreensiva por estar sujeita a algum acidente grave a qualquer hora devido a esse cenário. Chantre diz não ser contra a ornamentação da cidade do Mindelo com plantas, desde que estas sejam pequenas e não coloquem em causa a vida das pessoas. “Há locais com passadeiras em que a vegetação não permite que os peões vejam os carros e nem que nós, condutores, nos apercebamos da aproximação de pedestres”, especifica.

Mais fiscalização

Por sua vez, o condutor de transporte de aluguer Adalberto Costa assume que a imprudência dos motoristas agrava ainda mais a situação. Este afirma que viu já acidentes resultantes da combinação de vários fatores e por isso pede mais fiscalização no trânsito. 

A questão das árvores é um problema que aparenta ser transversal a todos os condutores. Alexandre Soares, por exemplo, revela que conduz já na defensiva, isto é, “a contar com o erro dos outros” e que isso ajuda a prevenir acidentes.

A falta de visibilidade nas estradas, sobretudo na Avenida Marginal, é tema de uma conferência de imprensa do Movimento para o Desenvolvimento de São Vicente, agendada para amanhã. A situação já foi também abordada pelo Mindelinsite, tendo sido inclusive notícia de destaque. Na ocasião, a Câmara Municipal de São Vicente explicou que deixou crescer as árvores para depois fazer uma poda artística e embelezar o centro urbano. Desta vez, o Mindelinsite tentou ouvir a vereadora do Ambiente, Carla Monteiro, mas não houve sucesso nas chamadas telefónicas, pelo que este jornal mantém as portas abertas para ouvir os esclarecimentos da edilidade.

Sidneia Newton (Estagiária)

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