Filomena Pires, mais conhecida por Mena Pires, vende ervas para chá e frutas de época e descasca feijões para sustentar a sua família. Há mais de 20 anos que, religiosamente, está à frente do mercado da Ribeirinha, em S. Vicente, com o seu balaio. Nos períodos de seca, Mena substitui esses produtos por balas e rebuçados.
Mãe de quatro filhos, avó de 12 netos e bisavó de dois bisnetos, Mena conta que iniciou a sua vida como vendedora ambulante aos 41 anos de idade. “Durante 16 anos vendi à porta do mercado da Ribeirinha. Depois retiraram todas as vendedoras ambulantes dali, então vim para Alto Sentina. Estou aqui há quatro anos”, conta esta vendedora ao Mindelinsite.
É dali que retira o seu sustento. “Depois de colocar os meus filhos na escola, deixei de trabalhar em casa das pessoas como empregada. Coloquei o meu balaio na cabeça e vim sentar-me em frente ao pelourinho. Vendo de tudo, desde mot’chá, maça terra, tambarina, queijo, mas também balas e cigarros quando não há produtos de terra. Para além do que ganho aqui, os meus filhos me ajudam”, pontua. “Por causa da pandemia, passei quase seis meses em casa. A Câmara prometeu-me ajuda, mas até hoje nada”, desabafa.
Esta conta que todos os dias, às 09 horas, está no seu posto. Volta para a casa às 12 horas porque precisa cuidar da mãe de 90 anos. Mena mora na Ribeira Bote, perto do Jardim Mundo Infantil há 60 anos.
Lidiane Sales (Estagiária)