O grupo Movimento para o Desenvolvimento de São Vicente repudiou hoje as chamadas “licenças de ruído” atribuídas pela Câmara Municipal desta ilha e que permitem a realização de actividades que perturbam o sossego de moradores. Em causa, alertam estes cidadãos, está a poluição sonora, num momento em que deveria imperar a lei do sossego, colocando em causa ainda a saúde de alguns idosos.
“O MDSV recebeu queixas de moradores da Rua Cristiano de Sena Barcelos e da Praça Nova sobre a situação insuportável do barulho nas horas de repouso que foram vítimas, durante vários dias, resultante de licenças de ruído passadas pelo presidente da Câmara Municipal”, acusa Maurino Delgado, como voz do movimento. Estas “licenças de ruído” constituem, de acordo com esta mesma fonte, numa violação da lei, o que consideram grave vindo de uma autoridade, neste caso o presidente Augusto Neves. “Isso demostra a sua insensibilidade para com a vida das pessoas e o fracasso da sua política como gestor da cidade”, acrescenta.
O barulho acontece, segundo Delgado, ao longo do dia, com o afinar dos instrumentos, seguido dos espetáculos ao ar livre à noite, tornando-se, na ótica do MDSV , “actos insuportáveis, de tortura física, psíquica, de desespero e muita raiva”. Este exemplifica com a atividade que decorreu na Praça Nova (Praça Amilcar Cabral) que teriam feito com que alguns moradores abandonassem suas residências durante os dias em que decorreram.
Desta forma, o MDSV apela à fiscalização da Polícia, do Provedor da Justiça e tribunais, deputados, da Procuradoria da República e do Governo, para que seja respeitada a dignidade das pessoas. Esta situação, alerta Delgado, pode despertar atos de violência na sociedade, caso não forem resolvidas. “Se as coisas continuarem assim, um dia acontece uma tragédia. Um doido vai resolver isso a seu jeito, com consequências imprevisíveis”, termina Maurino Delgado com este alerta.
Sidneia Newton (Estagiária)