GACSA entrega na OMCV cestas básicas com maior diversidade a 6 famílias no Mindelo

O Grupo de Ação Cívica para a Segurança Alimentar escolheu a OMCV para entregar ontem à tarde, no Mindelo, cestas básicas e presentes a seis famílias, no valor de cerca de seis mil escudos cada. Com ajuda recolhida em diferentes partes do país e do mundo, o grupo colocou como prioridades pessoas portadoras de deficiência e famílias com insegurança alimentar e que não sejam cobertas por outros apoios sociais de outras organizações.

 “O nosso ponto focal em São Vicente é a OMCV, que tem pessoas no terreno e sabe as famílias que realmente necessitam e mobilizamos o apoio de cestas básicas. Ontem foi a segunda distribuição de cestas básicas, pois começamos em novembro a distribuir aqui em São Vicente e voltamos a entregar cestas muito diferenciado, no valor de 5 mil escudos aproximadamente”, expõe a médica Filomena Rodrigues, membro do grupo.

Desta forma, esta associação, em parceria com a OMCV, colocou na lista uma diversidade de alimentos e em quantidade maior, além de presentes em cada entrega, tentando chegar às necessidades de cada beneficiário. “Tentamos colocar fruta, frango, ovos e conforme as famílias, pensos higiénicos, fraldas – no caso de famílias com pessoas acamadas ou com bebés -, e outras coisas com o intuito de ajudar as pessoas. Sabemos que não é suficiente e não será muito duradouro o apoio, mas penso que é um alívio para quem esteja em situação de carência”, sublinhou.

O Grupo, de acordo com a médica, surgiu de conversas realizadas com alguns cidadãos, no contexto pós Covid e de outras situações atuais, em que os agentes se encontravam preocupados com a situação nutricional da população nacional e resolveram agir.

“Surgiu de conversas sobre a realidade do país em relação a carência alimentar que tem existido, entre outros aspetos, principalmente com a situação de Covid-19, provocada pela carência das chuvas durante anos, a questão da guerra. Então vimos que seria bom tentarmos mobilizar apoio de pessoas, quer no país, quer na diáspora”, explica Filomena Rodrigues, que garante que o apoio dos parceiros mobilizados tem sido em média mensal de mil escudos, no apadrinhamento de famílias com carência alimentar.

O GACSA é formado por sete pessoas, com pontos focais em Cabo Verde, Portugal, nos Estados Unidos e em cada local mobilizam pessoas à volta para apoiar com trabalhos ou donativos e, de acordo com a médica, há em cada comunidade mais vulnerável grupos locais que atraem voluntários.

O primeiro apoio foi entregue em Santa Cruz, em Santiago e, em São Vicente, o primeiro apoio foi em finais de novembro, tendo o grupo começado a trabalhar em junho, com reuniões online. “A ideia é mobilizar a diáspora e estamos a ver se conseguimos realizar um crowdfounding porque transferir dinheiro para Cabo Verde é muito dispendioso. Então estamos à procura de uma melhor via para evitar a taxa bancária e de transferência”, frisa esta cidadã.

Outro aspeto que sublinha querer focar é na transparência dos recursos e dos seus destinos, para que quem ajuda possa perceber de que forma o dinheiro está a ser empregue. “Muita gente na diáspora está receosa porque ajudam muito e não sabem o que é feito com a ajuda que forneceram e ficam desanimadas”, lamenta.

Desta forma, Filomena Rodrigues pede mais solidariedade nesta época e apela às pessoas que queiram ajudar a fazer com o que podem, com recursos financeiros, e não só; ao mesmo tempo, apela a uma responsabilidade financeira maior das pessoas e governantes, para que não sejam feitos gastos supérfluos, quando há muita gente à volta necessitada.

“Sou de Porto Novo e fiquei feliz em saber que a autarquia canalizou o dinheiro que era para fogos de artifícios para ajudar pessoas que necessitam. É um exemplo que deveria ser seguido por todo país, pensando também nas festas e artistas internacionais que são contratados, quando há muitas famílias que passam por grandes carências.”

As próximas ações do grupo consistem em perceber caminhos para emancipar as pessoas de apoios sociais, com formações ou outras ações, com uma intervenção diferente da habitual entrega de cestas básicas. A organização está a tentar mobilizar alguns projetos, junto de associações e ONG para ver o que é preciso fazer, através de debates, que não seja de ajuda direta, para dar às pessoas capacidade de conseguirem se sustentar.

Sidneia Newton

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