Formação profissional deve ser primeira opção dos jovens para inserção no mercado do trabalho, defende administradora do IEFP

Evna Fonseca, administradora executiva do IEFP, reconheceu em S. Vicente a necessidade de os jovens passarem a eleger a formação profissional como a sua primeira opção de inserção no mercado do trabalho em C. Verde. Esta fonte argumenta que dados estatísticos obtidos pelo Observatório do Trabalho indicam que os formandos tendem a ser contratados entre 3 a 6 meses após concluírem a sua formação.

A referida administradora revela ainda que entre 60 a 70% dos capacitados com nível profissional estão inseridos no mercado do trabalho e que, em relação à Escola de Hotelaria e Turismo, a taxa sobe para quase 100 por cento, o que, para ela, comprova o impacto da formação profissional. “Tendo em conta esta realidade, precisamos fazer um trabalho mais intenso de divulgação e sensibilização para podermos massificar a formação profissional enquanto primeira opção, e não a segunda, para a nossa juventude”, assume Evna Fonseca em entrevista ao Mindelinsite, para quem a formação profissional tem sido mais eficaz devido a qualidade das competências adquiridas nos cursos.

A porta-voz do IEFP fez ontem estas considerações durante uma capacitação dirigida aos técnicos de emprego e formação de diferentes entidades públicas de formação profissional e directores dos centros de emprego. Esta ação, que envolveu um total de 39 formandos, foi realizada nas cidades da Praia (24 formandos) e do Mindelo (15) em parceria com o IEFP de Portugal. A mesma foi enquadrada num projecto no âmbito do CV088, programa cofinanciado pelas cooperações luxemburguesa e portuguesa.

Ministrada pelo director do centro de formação do IEFP de Portugal, a formação envolveu técnicos, coordenadores pedagógicos dos centros de emprego, pessoal da Escola de Hotelaria e Turismo, do Centro de Energias Renováveis e de Manutenção Industrial (CERMI) e da Escola do Mar. O principal objectivo foi permitir a troca de conhecimento entre C. Verde e Portugal, país este que, segundo Evna Fonseca, tem um sector robusto de emprego e formação profissional. Cabo Verde pretendeu com esta oportunidade reforçar a actução das entidades ligadas ao IEFP, enquanto serviço público do emprego e formação profissional.

Módulos como Gestão da formação no contexto de gestão de projectos, Diagnóstico e planeamento da formação, Gestão dos recursos humanos e administrativos da formação, Acompanhamento e monitorização da formação e Coordenação pedagógica foram tratados. Evna Fonseca salienta que, no decurso da formação, foram evidenciados alguns aspectos que demandam atenção imediata. Um deles indica que C. Verde, Portugal, Alemanha e outros países desenvolvidos enfrentam um problema similar, que é a falta de inscritos nos cursos ofertados pelos centros de formação.

“Dispomos da estrutura física, de formadores capacitados, temos identificado as necessidades formativas, financiamento garantido e mesmo assim não há pessoas interessadas. Esta realidade afecta também Portugal e Alemanha”, revela Evna Fonseca. Esta realidade, diz, exige a adopção de uma estratégia capaz de provocar uma maior aproximação com o sector empresarial privado na definição dos perfis e uma maior deteção das necessidades formativas.

Questionada se esse fenômeno não estará relacionado com o custo das formações, Evna Fonseca revela que os cursos têm financiamento e que as pessoas do cadastro social 1 e 2 não pagam nada, enquanto as dos níveis 3 e 4 só desembolsam 20 por cento da propina, valor que ela considera irrisório. A seu ver, a questão é saber como atrair o interesse dos jovens para as ofertas formativas.

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