A sede da empresa Cabomultiserviço LDA e a residência do seu proprietário, o alemão Benno Schmitz, localizadas dentro do Parque Industrial do Lazareto em São Vicente, foram roubadas e vandalizadas na última semana de Outubro. As autoridades nacionais, PN e PJ, foram notificadas do roubo pelo responsável da empresa, Onyedikachi Leonard, na ausência do dono que se encontra neste momento fora do país. Em contacto com este jornal electrónico, Benno Schmitz fala em prejuízos entre os 25 e 30 mil euros e mostra-se indignado com a investigação policial.
Foi impossível determinar o dia concreto em que a empresa e a residência foram roubadas e vandalizadas. Ao Mindelinsite, o guarda da portaria do Parque Industrial, António Chantre, conta que Benno Schmitz cedeu-lhe um contentor onde guarda peças de viaturas, madeiras e bidões com diversos materiais. No dia 28 de outubro foi abrir o contentor, que fica nas proximidades do edifício-sede da empresa Cabomultiserviço, que é ainda residência do alemão, e encontrou o cadeado rebentado, alguns produtos roubados e outros vandalizados, entre os quais um motor eléctrico.
Enviou imediatamente uma mensagem ao europeu informando-o do ocorrido e pediu-lhe para mandar o seu responsável verificar se a empresa e casa também tinham sido alvo de roubo. Este, prossegue, accionou o seu funcionário, que confirmou que as portas da empresa e da casa estavam rebentadas e que estas foram roubadas e completamente vandalizadas. O responsável da empresa, identificado como “Chief”, e uma amiga de Benno procuraram então as autoridades em São Vicente para apresentar queixa. Antes, no entanto, registaram todo o vandalismo em videos e fotos.
A amiga do cidadão alemão, que prefere não ser identificada, confirma que acompanhou Chief à Polícia Nacional. Os dois, adianta, foram até a empresa e encontraram a porta arrombada e vandalizada. “Inclusive encontramos copos com bebida e um forte cheiro a fumo, que acreditamos ser resultado da queima de fios de electricidade retirados das paredes para procurar cobre. Também encontramos marcas de pés e uma fogueira ainda acessa nas proximidades do edifício, o que indicava que os meliantes ainda estavam por perto. Mas a PN limitou a aconselharmos a apresentar uma queixa, o que me deixou estupefacta”, conta a nossa fonte.
Inconformada, esta explica que ela e Chief voltaram à cidade e procuraram a Polícia Judiciária, acreditando que a PJ poderia fazer uma investigação mais profunda e chegar aos culpados. “Mais uma vez fomos acompanhados por agentes que limitaram a fotografar o interior da empresa e da residência. Perguntei-lhes se não iam recolher pelos menos os copos para procurar impressões digitais estes responderam que era impossível porque havia muita poeira e as impressões estavam imperceptíveis”, desabafa a amiga de Benno, que se mostra revoltada com a destruição provocada pelos assaltantes e pela forma como as autoridades agiram. “Para se ter uma ideia, retiraram todas as torneiras, desinstalaram a água, tiraram toda a fiação elétrica. Se o roubo não tivesse sido detectado a tempo, acredito que o dono não encontraria nada nem na empresa, nem na sua residência. Foi um roubo feito com viaturas porque encontramos marcas de pneus. O mais estranho é que, apesar de o edifício ficar próximo da ITAC, ninguém percebeu nada”, acrescenta.
De mãos atadas por estar fora do país, Benno Schmitz mostra-se inconformado com este roubo, cujo prejuízo, afirma em conversa através do Messenger com o Mindelinsite, ronda os 25 e 30 mil euros. Na tentativa de recuperar parte das perdas, este oferece uma recompensa de 25 mil escudos por pistas que conduzam à detenção do(s) assaltante(s). Benno Schmitz responsabiliza, entretanto, o director do Parque Industrial do Lazareto pelas fragilidades existentes no local, tendo em conta que, afirma, há quatro ou cinco anos vem pressionando para que a cerca, que se encontra completamente enferrujada e com fissuras, seja reparada.
“Ele sempre promete fazer as reparações e inclusive substituir as cercas, mas continua tudo igual. Entretanto, neste meio tempo, meliantes já entraram no parque por diversas vezes, o que é inaceitável. Teoricamente o parque devia de ser um lugar seguro para os investidores nacionais e estrangeiros”, diz Benno, que se mostra também descontente com a actuação das polícias que, alega, não se apoiaram em evidências concretas, nomeadamente marcas de pés e de rodas de carros, ou ainda a recolha de impressões digitais nos copos, espelhos e outras superfícies.
O Mindelinsite tentou ouvir a PJ sobre este caso em concreto, mas a polícia científica não conseguiu localizar nenhuma queixa no nome do investidor alemão. Informados sobre a possibilidade desta estar no nome do seu funcionário, fomos aconselhados a descobrir seus dados por forma a ajudar esta polícia. Igualmente foi-nos impossível descobrir quem é o actual Director do Parque Industrial do Lazareto para poder esclarecer as críticas avançadas nesta matéria pelo cidadão alemão.
Constança de Pina