Os utentes da Electra em São Vicente têm reclamado do aumento do gosto a lixívia na água e temem que possa prejudicar a saúde das famílias. Um dos queixosos é “Joy” Duarte, que pede esclarecimentos à empresa e coloca em causa a relação entre a qualidade e o preço que se cobra pela água.
“Caros responsáveis da Empresa Electra, por obséquio fazeis o favor de não bombear para a minha e muitas outas casas lixívia com água”, pede Duarte na rede social. O jovem mostra desta forma estar preocupado a ponto de não confiar mais na água da torneira para beber e sente que a qualidade está em causa. Além disso, critica o preço que a empresa cobra pelo fornecimento.
Já Arlindo Morais, outro consumidor, sente que este “problema” de sabor a “lixívia” na água já perdura há muitos anos. Questiona desta forma se este facto não o fará “visitar farmácias mais vezes”.
A Electra, através do seu Programa de Controlo de Qualidade de Água “PCQA”, esclarece que os parâmetros de qualidade das águas definem o cloro residual livre destinadas ao consumo humano, produzidas pelo processo de dessalinização em que o valor paramétrico (VP) recomendado é de 0,5 mg/l. No entanto, afirma a empresa, em Cabo Verde usa-se o mínimo obrigatório em qualquer ponto de rede de distribuição que é dee 0,2mg/litro.
Conforme a Electra, o que fez com que as pessoas passassem a sentir com mais intensidade o cloro – lixívia mais concentrada, mas em pó – foi a entrada em funcionamento das novas unidades de osmose inversa. Isto fez com que se “reduzisse para a metade as médias dos parâmetros alusivos a salinidade que anteriormente inibia o sabor a cloro”. Desta forma, como explica o engenheiro António Pina – assessor do conselho de administração da Electra para as áreas do Ambiente, Qualidade, Segurança e Competitividade – os “consumidores mais sensíveis” passaram a perceber a presença do cloro uma vez que o limiar do sabor reside precisamente nos 0,2mg/litro.
A empresa diz cumprir “rigorosamente” as medidas recomendadas e que, através do laboratório de controlo de qualidade de água, garante mais propriedade no produto, o que não acarreta nenhum problema para a saúde das pessoas.
O Mindelinsite entrou em contacto com a entidade reguladora, a Agência Nacional de Água e Saneamento “ANAS”, mas esta não respondeu aos emails.
Sidneia Newton (Estagiária)