Caso Giovanni: Autoridades esclarecem que dois dos 5 arguidos estão em domiciliária por apenas 45 dias

A Vice-presidente da Associação dos Estudantes Africanos de Bragança, Maribelle Brito, disse ter recebida das autoridades judiciárias daquele município e do comandante da policia local a garantia de que o caso Giovanni vai ser resolvido e que aproveitaram para apelar à calma, cientes de que a justiça está a seguir os trâmites legais e normais. Maribelle Brito sublinhou o facto da garantia e o apelo terem vindo na sequência do pedido de esclarecimento feito pela Associação dos Estudantes sobre a reclusão domiciliária de dois dos cinco detidos preventivamente por suspeitas de envolvimento no homicídio do jovem cabo-verdiano Giovani Rodrigues. Arguidos esses que ainda são acusados de tentativa de assassinato de outros três amigos da vítima.

Maribelle Brito disse ainda que as explicações que recebeu dessas autoridades portuguesas é de que os dois presumíveis co-autores do crime não foram soltos encontrando-se apenas em casa por 45 dias, devendo regressar para a prisão logo que a situação do Covid-19 ficar resolvida para aguardarem julgamento.

A nossa fonte acrescentou ainda que as explicações recebidas indicam que se trata de uma decisão do Governo português, que abrange cerca de dois mil reclusos, a fim de diminuir o número de detidos nas prisões como forma de mitigar o risco de propagação do coronavírus nas cadeias já superlotadas. Segundo a representante estudantil africana em Bragança, a Associação é a primeira a querer que o caso Giovanni seja resolvido o mais depressa possível para que, no entender de Maribelle Brito, seja feita justiça pelo que aconteceu ao malogrado compatriota. No entanto, disse que as autoridades recomendaram paciência à comunidade estudantil africana, amigos e sobretudo aos familiares da vítima e asseguraram que o processo está a seguir os seus trâmites legais e normais.

Luís Giovani Rodrigues morreu no dia 31 de Dezembro de 2019, depois de ter sofrido uma agressão dez dias antes. Cinco homens foram acusados da co-autoria do crime e ficaram a aguardar julgamento em prisão preventiva. O tribunal sustenta que a decisão “se traduz na afirmação da existência de fortes indícios da prática, por cada um dos arguidos, em coautoria material e concurso real, de quatro crimes de homicídio qualificado, um dos quais consumado, sendo dele vítima Giovani Rodrigues, e os restantes três na forma tentada”, relativos às agressões a outros três amigos cabo-verdianos de Giovani. O crime, que foi visto como um acto de motivação racial, provocou uma onda de indignação no seio da comunidade cabo-verdiana e africana, de um modo geral, tanto em Portugal como em Cabo Verde.

JAR

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