Amigos de Jôn d’Júlia mobilizam recursos para ajudar o ex-futebolista do Castilho

Amigos de Jôn d’Julia estão a mobilizar recursos para ajudar o ex-futebolista mindelense, que se encontra internado no hospital de S. Vicente. Até o momento conseguiram a doação de um carro eléctrico por um anónimo, que vai ajudar o ex-atleta do Castilho a locomover-se sem esforço físico pela ilha de S. Vicente. Paralelamente, outras pessoas têm contribuído com montantes em dinheiro, que deverão ajudar na obtenção de próteses para as pernas.

É que, segundo Manuel “Nunuk” Medina, o estado de saúde de Jôn d’Júlia infelizmente agravou-se nos últimos tempos e os médicos tiveram de amputar-lhe a segunda perna. “O primeiro objectivo era a aquisição de um carro, que foi ofertado e já se encontra em S. Vicente. O segundo era a colocação de prótese numa perna. Só que o seu estado de saúde agravou-se e foi preciso amputar a outra perna há cerca de duas semanas. Deste modo, vamos ter de aguardar, conversar com os médicos e tomar a decisão mais acertada”, diz Manuel Medina, membro da comissão “Solidariedade Jom d’Júlia”, integrada ainda por Carlos Pudjim, Djon d’Cristina, Vave Cruz e Boks Lima.

Este grupo, revela Medina, já conseguiu angariar cerca de mil contos, quando integrado o valor do carro eléctrico, provenientes de contribuições em Cabo Verde e na diáspora. Destaca o gesto de amigos em Pautucket e Nova Iorque, nos Estados Unidos, e também dos trabalhadores da Alfândega do Mindelo, ex-colegas de trabalho do futebolista.

Os apoios conseguidos até agora permitem financiar as próteses, segundo Medina. Além disso, a comissão conta com o apoio do Instituto do Desporto e da Juventude e provavelmente da Federação Cabo-verdiana de Futebol, se for preciso a sua deslocação à cidade da Praia para o efeito. Entretanto, realça Medina, Jôn d’Júlia poderá usar o carro eléctrico para se deslocar. A viatura, que chegou em peças e ainda não foi montada, tem quatro baterias. 

Jôn d’Júlia, 65 anos, era temido no campo por causa da potência do seu remate com o pé esquerdo, no entanto, tornou-se esquerdino por acidente: sofreu uma forte pancada na perna direita e passou a jogar com a esquerda. Futebolista polivalente, encarava qualquer sector, mas era como meio-campo e avançado que provocava danos nas equipas adversárias.

Durante 14 anos envergou a camisola do Castilho, seu clube do coração. Em entrevista ao Mindelinsite, confessa que nunca gostou das equipas de cor vermelha, muito por causa do “fanatismo” dos adeptos do Mindelense e do Benfica. No entanto, chegou a acompanhar os “leões vermelhos” numa digressão a Angola e São Tomé sob o comando de Txida d’Mindelense. Esteve também uma época na Académica do Mindelo, mas regressou logo para o Castilho, onde terminou a sua carreira aos 29 anos.

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