Marls Lima “As pessoas dizem que a minha loja é a minha cara”

Marlene Lima, pode-se dizer, é uma empresária que tirou a sorte grande. Dona da loja Marls Biju, com espaço físico e serviços online, esta mindelense residente em Portugal admite que vender e conversar com os clientes é algo tão natural e prazeroso que nem sente isso como um “trabalho”. Algo que, certamente, muitos profissionais gostariam de vivenciar.

Com experiência profissional em contabilidade, Marls, como é tratada pelos amigos, vive mergulhada no mundo da moda. Desde criança que foi contaminada pela beleza e o fascínio das bijutarias e hoje dedica-se integralmente a essa área de negócio. “As pessoas dizem que a loja Marls Biju é a minha cara”, revela.

Esse empreendimento começou a ganhar corpo em 2016 quando Marls assumiu como hobbie vender acessórios de moda para as colegas, como brincos, bolsas, cintos… Para ela, era uma forma de se “descomprimir” do seu trabalho no ramo da hotelaria, em Portugal. Mas, mesmo auferindo um bom salário, em 2020 decidiu seguir a sua paixão e assumir de corpo e alma a venda de artigos de moda.

Já em 2017, ciente das tendências mundiais, Marls apostou na abertura de uma loja virtual. Colocou o seu website online, mas inicialmente não deu tanta atenção a essa vertente comercial. “Fazia isso durante as minhas folgas. Usava as redes sociais para contactos, mas notei que tinha de estar disponível para responder aos comentários e pedidos de informação”, conta a empresária, que acabou por notar uma adesão significativa de internautas nas páginas da empresa nas redes sociais.

Porém, reparou também que havia uma certa relutância das pessoas residentes em fazer compras online. Aliás, sente que isso ainda acontece, embora em menor escala.

Foi em plena pandemia, em 2020, que Marls decidiu tomar uma atitude radical: abandonar o emprego no sector da hotelaria e dedicar-se inteiramente ao seu negócio. Após passar um ano em lay-off, resolveu negociar a cessação do seu contrato.

Já com uma carteira interessante de clientes, e com um bebé para cuidar, achou que poderia juntar o útil ao agradável. Dar atenção total ao seu empreendimento e ainda arranjar tempo para cuidar do seu filho. Deste modo, alugou um espaço no Centro Comercial Lumiére, na cidade de Lisboa, e passou a dedicar-se com mais afinco às vendas online, através do site da bijutaria. “Como se costuma dizer, nas grandes guerras é que surgem as grandes oportunidades”, faz notar a cabo-verdiana.

Para poder também garantir uma venda mais fluída, apostou em produtos destinados fundamentalmente às mulheres. “Nós mulheres compramos mais do que os homens. Temos essa necessidade impulsiva”, realça.

Marls afirma que hoje tem bastantes clientes em Cabo Verde, em particular na ilha de S. Vicente, onde tem uma revendedora, mas ainda sente uma certa resistência dos cabo-verdianos em comprar pela internet. No seu website, os preços dos artigos estão em escudos e oferece a opção de pagamento por transferência bancária.

A bijutaria vende também peças personalizadas, mediante pedido dos clientes. Neste momento este segmento representa em torno de 10 por cento da venda dos produtos. Marls quer reforçar essa área de negócio pelo que está a frequentar uma formação para passar a produzir as suas próprias jóias. 

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