Por Nelson Faria
Não tenham medo, não falo daquele “pseudo-rei” incompetente e incoerente. Ele fica para outra altura do ano, Outubro, se não estou em erro. Oli Rei Momo, D’kel bom, Nôs Carnaval!
Agitação sentida e vibração contagiante já se notam no lançamento de mais este período Carnavalesco no Mindelo. Musicas, andores, ensaios, trajes, mandinga, eventos conexos é tudo o que São Vicente respira neste momento. É tempo de sacudir tristezas e aproveitar a vida porque, felizmente, “a vida são dois dias e o Carnaval três…” E em São Vicente, porque também somos especiais, dura um mês. No tempo em que se tolera quase tudo, sem regras, sendo o prazer do evento e do momento as grandes referências, é tempo, vulgo, do “tud ê bada”.
O referencial de sabura coaduna na perfeição com a vertente comercial / económica que permitem a ilha ter uns dias de graça, protagonismo e dinheiro em circulação. Inspira para criações artísticas de grande valor como também valor, paus, nos bolsos de muitos agentes a volta do evento. Espero que este ano não haja chatice com quem quer pagar para ver… Que o comércio de lugares nas bancadas seja feito de forma segura, atempada e organizada.
Com cinco grupos, onde quatro, declaradamente, querem o título de campeão e estão a fazer por isso, considerando o histórico e o que tem sido apresentado, obriga que este ano a minha melhor participação seja na contemplação deste espetáculo no melhor lugar possível nas bancadas. De certeza, não sairei dececionado e todos farão um trabalho, como tem feito, que dignifica a grandiosidade do Carnaval de São Vicente. Que ganhe quem for deveras melhor e que as subjetividades não ponham em causa a aceitação desportiva dos resultados da avaliação do júri.
Outra constatação da época são os entrudos de sempre com as promessas de tudo para realização de nada. São entrudos que duram anos e anos mascarados com propósitos claros, porém, esquecem-se que a luz e a lucidez dos Mindelenses estão presentes, também e sobretudo, no Carnaval. São e serão desmascarados, coitados, em pleno Carnaval. Podem continuar na plateia, “é carnaval, ninguém leva a mal” e espero que não me levem também.
Se me é permitido pelos autores das excelentes músicas do nosso Carnaval “um te otcha dritim, tchá conctce, sabura largód, porque sáb ca ta doê, sem futcera nem bruxaria, ess nôs sonho divinal”. Bom Carnaval a todos!Área de anexos