“Vaticano tem uma das maiores comunidades homossexuais do mundo”

Estava guardado no segredo dos deuses, mas já se sabe o título daquele que já é considerado o livro mais explosivo sobre a Santa Sé: No Armário do Vaticano – Poder Hipocrisia Homossexualidade. Quanto ao tema, esse vai dar muitas dores de cabeça ao actual papa Francisco, pois a investigação do jornalista francês Frédéric Martel levou quatro anos e percorreu três dezenas de países, numa intensa busca por provas para declarar o centro da Igreja Católica como “uma das maiores comunidades homossexuais do mundo”.

O autor considera que se pode recuperar a história bíblica da cidade de Sodoma, que é destruída por Deus devido à homossexualidade dos seus habitantes, para definir o actual Vaticano. Martel suporta as suas acusações num grande conjunto de “entrevistas de grande profundidade com os membros do clero que detêm o poder” para o afirmar.

Nesta investigação de que resulta a conclusão de que o Vaticano é “uma das maiores comunidades homossexuais do mundo”, Portugal não será exceção entre os membros dessa comunidade, segundo adiantaram os responsáveis pela edição em língua portuguesa. A edição portuguesa é da responsabilidade da Editora Sextante e será publicada, como no resto do mundo, dia 21 de fevereiro. Segundo refere a editora, além da questão da homossexualidade são tratados outros temas polémicos que estão ligados ao principal: o celibato dos padres, a interdição do preservativo pela Igreja, a cultura do segredo em torno do tema do abuso sexual, a demissão do papa Bento XVI, a misoginia do clero, o fim das vocações para o sacerdócio e os ataques ao papa Francisco.

A data de publicação deste livro não surge por acaso, é que tem início nesse dia a Cimeira sobre a Prevenção de Abusos Sexuais convocada em setembro pelo papa Francisco, na qual devem participar bispos de todo o mundo. A realização desta cimeira foi comunicada pelo Conselho de Cardeais, após reunião com o sumo pontífice.

Segundo a editora, esta investigação “vai abalar a Igreja” e a grande pergunta que se faz é porque é que aqueles que se esconderam aceitaram falar agora. De acordo com um vaticanista, o livro vai revelar “nomes, datas e factos sobre a composição e influência da rede sodomita do Vaticano.”

Frédéric Martel é um conhecido jornalista, homossexual, que tem colocado a sua orientação sexual e a de milhões de homens em causa nas suas reportagens, designadamente quanto às questões relativas à Sida.

Quanto a este seu novo livro, Martel considera a Igreja como “um sistema fundado numa cultura de segredo clerical que começa nos jovens que vão para os seminários e que daí se mantém até ao Vaticano”, além de referir que “os padres vivem uma vida dupla e numa extrema homofobia”, que provoca uma “esquizofrenia na própria Igreja”.

Ainda antes da publicação deste livro, já surgem críticas ao autor. Como a de muitos católicos desconfiarem do seu julgamento por ser ele próprio homossexual e por referir que muitos dos religiosos que atacam a homossexualidade de forma dura têm também esta opção sexual.

C/Dn.pt

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