A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou a sua demissão, confirmando os rumores que davam como certo o seu afastamento da liderança do Partido Conservador. “Anuncio que me demito como líder do Partido Conservador para que possa ser escolhido um sucessor”, afirmou. Mas até lá Theresa May se manterá como primeira-ministra. A escolha do novo líder não deverá acontecer até ao final de julho.
Num curto discurso à porta do nº 10 de Downing Street, a PM manifestou orgulho pelo “progresso alcançado nos últimos anos” e lamentou não ter conseguido concretizar o Brexit. May concluiu dizendo que ser primeira-ministra foi a “honra” da sua vida, sem conseguir evitar as lágrimas quando afirmou estar “grata” por ter servido “o país que amo”.
A demissão da liderança partidária deverá tornar-se efetiva a 10 de junho, iniciando os procedimentos, que passam, numa primeira fase, por uma série de votações dentro do grupo parlamentar que eliminam progressivamente os vários candidatos a apenas dois, que depois serão sujeitos ao voto de todos os militantes do partido.
May já tinha prometido em março que iria sair, mas na altura pediu para “acabar o trabalho”, assumindo como missão implementar o resultado do referendo de 2016 que determinou o ‘Brexit’.
Mas a pressão sobre Theresa May aumentou nos últimos dias, incluindo dentro do Governo e de deputados até agora fiéis, devido à perspetiva de o acordo de saída da União Europeia (UE) ser chumbado no parlamento por uma quarta vez.
Apresentada na terça-feira, a nova proposta de lei para o ‘Brexit’ estava prevista para ser votada a 7 de junho e incluía como novidade a possibilidade de voto sobre um novo referendo, o que desagradou a vários ministros.
As três anteriores propostas de ‘Brexit’ negociadas pela primeira-ministra britânica com Bruxelas foram rejeitadas por maiorias parlamentares, conduzindo a um impasse que obrigou Londres a prolongar o prazo de saída da União Europeia até 31 e outubro.
C/Agências Internacionais