Os doentes que recuperam da infeção pelo novo coronavírus têm risco acrescido de desenvolverem um caso de sépsis mortal no próximo ano. Este alerta é feito por um grupo de investigadores do Reino Unido, com base em um estudo feito naquele país.
O estudo da UK Sepsis Trust revela que um em cada cinco sobreviventes da covid-19, que receberam tratamento hospitalar ou internamento, deverão desenvolver uma resposta exagerada do sistema imunitário à doença (resposta inflamatória generalizada) que poderá revelar-se fatal, por levar à falência generalizada de órgãos.
A mesma associação estima que, só no Reino Unido, morram cerca de 20 mil doentes recuperados de coronavírus devido a sépsis no próximo ano e já deixou o alerta ao governo do Reino Unido para que lance uma campanha para educar para o tema.
A imprensa inglesa cita o caso de Cristopher Lazar, de 44 anos, pai de seis filhos, que sobreviveu ao coronavírus e logo depois desenvolveu um caso de sépsis grave que quase se revelou fatal. Este tinha vários órgãos em falência (coração, rins, pulmões) e foi-lhe dada uma hipótese de sobrevivência de 5%. Miraculosamente, recuperou.
A sépsis ocorre quando as bactérias que causam uma infeção originam uma resposta exagerada do organismo na sua defesa. Gera-se uma inflamação sistémica que pode afetar vários órgãos e fazer com que entrem em falência. As pessoas que lutam contra doenças que comprometem o sistema imunitário são mais suscetíveis a desenvolver sépsis.
Os primeiros sintomas são febre alta, respiração ofegante, ritmo cardíaco acelerado e calafrios. A sépsis manifesta-se depois em náuseas e vómitos, diminuição da quantidade de urina e frequência da micção, estado de confusão mental, pequenas pintas ou manchas vermelhas na pele e tensão arterial mais baixa do que os valores normais.
C/CM