O Governo da República Centro-Africana e os grupos armados do país chegaram a “um acordo de paz”. O anúncio foi feito ontem em Cartum, capital do Sudão, onde decorrem negociações entre as duas partes.
“Um acordo de paz foi obtido em Cartum”, a capital do Sudão, onde decorrem negociações entre as duas partes, e “deverá ser rubricado” este Domingo e assinado “em Bangui nos próximos dias”, segundo o texto publicado no Twitter.
O acordo foi confirmado pelo comissário da União Africana para a Paz e Segurança, Smail Chergui, que, na mesma rede social, anunciou que foi obtido “pelo Governo e os 14 grupos armados” presentes em Cartum. “Estamos a afinar o projecto, do qual a quase totalidade das disposições é aceite de pelas partes”, acrescentou.
“Felicitamo-nos por ter sido encontrado um consenso nos pontos de bloqueio que eram a amnistia e um governo inclusivo”, disse, pelo seu lado, Aboubakar Sidik, porta-voz de um dos principais grupos armados, a Frente Popular para o Renascimento da RCA (FPRC).
Guerra dura desde 2012
Iniciadas a 24 de Janeiro, estas negociações, sob a égide da União Africana, pretendem um acordo e a criação de uma comissão de acompanhamento, para instalar a paz na RCA, um país devastado pela guerra desde 2012.
Na quinta-feira, as negociações de paz tinham sido suspensas devido a desacordos, principalmente sobre a questão da amnistia dos responsáveis por crimes, segundo disse uma fonte governamental à AFP.
Este encontro, inédito para a RCA, reuniu uma delegação do Governo, liderada pelo chefe de gabinete do Presidente, Faustin Touadéra, com os principais chefes dos grupos armados.
Estão ainda presentes os antigos generais da Séléka, a ex-coligação que conquistou Bangui em 2013: Ali Darassa, chefe da Unidade para a Paz, Noureddine Adam, chefe da Frente Popular para o Renascimento da RCA, e Mahamat Al-Khatim, chefe do Movimento Patriótico para a RCA.
