Quatro reféns resgatados em operação que matou mais de duas centenas de palestinianos em Gaza

O exercito israelita anunciou a libertação de quatro reféns detidos em Nuseirat, no centro de Gaza. Mais de 200 pessoas morreram, incluindo crianças, durante os ataques das forças especiais e aéreos, revelaram os médicos locais. De acordo com informações do exército, 116 dos 250 reféns sequestrados pelo Hamas num festival em Israel no dia 7 de outubro ainda permanecem em Gaza

Noa Argamani, 25 anos, Almog Meir Jan, 21 anos, Andrey Kozlov, 27 anos, e Shlomi Ziv, 40 anos estavam eram mantidos reféns pelo Hamas desde o ataque de 7 de outubro do ano passados a um festival de música no sul de Israel. Foram transferidos para um hospital para realizarem exames médicos, mas apresentam um estado de saúde estável, garantiu o porta-voz do exército. 

Entretanto, enquanto os israelitas celebravam o regresso dos reféns, em Gaza chorava-se dezenas de mortos ou velavam os seus entes queridos no hospital dos mártires de al-Aqsa, o único na zona que funciona parcialmente. Os corpos de mais de 100 palestinianos foram levados para o hospital juntamente com mais de uma centena de feridos, disse o porta-voz Khalil Degran à Associated Press. Os repórteres da agência também contaram dezenas de corpos, incluindo o de um bebé.

O Presidente palestiniano, Mahmoud Abbas,  descreveu os ataques israelitas de sábado, 9 de junho, como um “massacre sangrento” e apelou a uma reunião de emergencia do Conselho de Segurança da ONU. Também o principal diplomata da UE, Josep Borrel, condenou “nos termos mais veementes (…) as informações provenientes de Casa sobre um massacre de civis”. 

O porta-voz militar israelita, Almirante Daniel Hagari, confirmou que dezenas de palestinianos tinham sido mortos, não se comprometendo com números de civis. As forças especiais operaram sob fogo pesado num “ambiente urbano complexo” para efetuar o salvamento, justificou o ministro da defesa israelita, Yoav Gallant, descrevendo-a como uma das operações mais extraordinárias a que assistiu numa carreira militar de décadas.

As tropas destacadas para o ataque incluíam a força aérea e as forças especiais, com apoio naval. Uma das equipas que extraía os reféns foi confrontada por militantes e, quando um veículo de resgate ficou preso, chamou reforços, escapando sob forte bombardeamento, informou a televisão Channel 12.

Desde o inicio da guerra, 36.801 palestinianos foram mortos e 83.680 feridos nos ataques israelitas, de acordo com os números do Ministério da Saúde de Gaza. 

C/Agências

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