Em pronunciamento de cerca de uma hora transmitido nacionalmente, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que vai reconhecer a independência das autoproclamadas repúblicas de Luhansk e Donetsk, no Leste da Ucrânia, onde separatistas pró-Moscou controlam boa parte do território desde 2014 e travam uma guerra que deixou cerca de 15 mil mortos. Logo de seguida, o presidente da Rússia anunciou o envio de tropas para estas duas regiões, naquilo que já é considerado o inicio da invasão pela Europa e Estados Unidos.
Após meses de tensão na Ucrânia, com as suas tropas russas a cercar o país vizinho, Vladimir Putin deixou um ultimato. “Os governantes de Kiev têm de parar estas hostilidade e derramamento de sangue em Donbass”, declarou o Presidente russo, que tem acusado a Ucrânia de cometer abusos contra os seus cidadãos falantes de russo, no leste, falando até de um “genocídio” – talvez seja a tal “operação de falsa bandeira”, o pretexto para uma invasão, de que a Casa Branca fala há semanas.
Pouco depois, em decreto, Putin determinou o envio de uma “missão de paz” aos dois territórios. De acordo com a agência RIA, o presidente instrui as Forças Armadas da Rússia a “garantir a paz” nas regiões controladas pelos separatistas. Não foram divulgados detalhes sobre como ocorrerá essa operação, que equivale na prática a uma invasão do território do país vizinho. Segundo um repórter da Reuters, colunas de veículos militares sem insígnias visíveis, incluindo ao menos sete tanques, foram vistos na madrugada desta terça-feira nos arredores de Donetsk.
Entretanto, começaram a surgir as sanções prometidas pelos Estados Unidos. Biden já assinou uma ordem executiva para “proibir novo investimento, comércio ou financiamento por cidadãos dos EUA” para e das autoproclamadas repúblicas separatistas, anunciou a porta-voz da Casa Branca, bem como contra “qualquer pessoa determinada a operar nestas áreas da Ucrânia”. Ficaram em reserva as pesadas sanções prometidas – uma prática padrão em diplomacia para não deixar o Kremlin sem nada a perder – no caso de uma invasão.
C/Agências Internacionais