Um professor foi condenado à morte na Arábia Saudita por causa de publicações críticas ao Governo numa conta no Twitter que tinha apenas 9 seguidores. O perfil era anónimo, mas o tribunal considerou que pertencia a Mohammed al-Ghamdi, conhecido por denunciar a corrupção nesse país do Médio Oriente e por defender académicos religiosos que foram presos e condenados também à morte após interrogatório.
O caso foi denunciado por Saeed al-Ghamdi, irmão do condenado, um professor e académico residente no Reino Unido. “Apelo a todos que tenham alguma capacidade para ajudar a libertar o pescoço do meu irmão do domínio da injustiça”, publicou Saeed, que vive em exílio auto-imposto em Londres. Segundo ele, o irmão foi condenado por defender os estudiosos sauditas Awad al-Qarni, Salman al-Odeh, Ali al-Omari e Safar al-Hawali, presos desde 2017 e também condenados à pena de morte.
Segundo o portal Middle East Eye, o saudita condenado criticava, entre outras coisas, as taxas de desemprego no país, a inflação e a má gestão de recursos pelo governo, além de apelar pela libertação de presos políticos.
A referida sentença é considerada a primeira do tipo por postagens em redes sociais. Uma série de sentenças extremas por ativismo online já havia, porém, sido estabelecida, como no caso da então candidata ao doutorado na Universidade de Leeds, Salma al- Shehab, devido a tweets publicados em agosto do ano passado, pelos quais foi condenada a 34 anos de prisão.
C/Globo.com