PR pede “explicações precisas” sobre falta de combustíveis em Angola

O Presidente da República João Lourenço pediu “explicações precisas” sobre a falta de combustíveis que se regista no país, durante um encontro realizado no Palácio Presidencial e que contou com a participação dos ministros dos Recursos Minerais e Petróleos, da Energia e Águas, das Finanças, do governador do Banco Nacional e do presidente do Conselho de Administração da companhia petrolífera Sonangol. Hoje o Chefe de Estado deverá receber um relatório detalhado produzido por estas entidades.

A companhia petrolífera angolana Sonangol justificou, no sábado último, a escassez de combustíveis nos principais postos de abastecimento do país com um alegado difícil acesso às divisas para a importação de refinados de petróleo. Este revelou que o Estado, através da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), desembolsou, no primeiro trimestre de 2019, um total de 221 milhões 434 mil e 672  dólares  norte-americanos,   com a importação  de 397 mil  e 458  toneladas métricas  de petróleo.

Outro factor que terá contribuído para a falta dos produtos petrolíferos, segundo a Sonangol, é a “elevada dívida” dos principais clientes do segmento industrial,   que  consome  aproximadamente 40 por cento  da totalidade do combustível.As avarias sistemáticas nos navios de cabotagem, diz a petrolífera, concorrem também para a carência, além de outros factores, como o estado técnico das estradas nacionais, assim como as condições atmosféricas, que, em determinados períodos, dificultam a atracação dos navios de transporte dos refinados de petróleo.

Com uma produção de pouco mais de um milhão e meio de barris diários de petróleo bruto, Angola ocupa o segundo lugar na África sub-sahariana, depois da Nigéria, que entra com um milhão e setecentos mil barris diários. Mas o país importa 80 por cento de refinados, sendo que apenas 20 porcento das suas necessidades são de produção nacional, processados na Refinaria de Luanda, cuja capacidade se resume em 65 mil barris diários.

Para garantir o aumento da capacidade de produção interna de combustíveis, está em curso um projecto de construção das refinarias do Lobito, com capacidade para processar 200 mil barris/dia e a de Cabinda, com capacidade de 60 mil barris diários.

Quanto à Refinaria de Luanda, está em curso um programa para a sua modernização e ampliação, a cargo da Eni, multinacional italiana, com vista a aumentar a sua capacidade de processamento para mil e 200 toneladas de combustíveis por dia, dentro de três anos, contra as actuais 280 toneladas/dia (330 metros cúbicos).

C/Angop

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