Papa Francisco admite abusos sexuais de padres e bispos contra freiras

O Papa Francisco admitiu na terça-feira, 05 de Fevereiro, que a Igreja Católica tem “um problema persistente” de abuso sexual de freiras por padres e bispo. “É verdade. Há padres e bispos que fizeram isso. Devia ser feito mais [para o impedir]? Sim. E temos essa vontade? Sim”, disse o líder da Igreja Católica Romana na primeira vez que falava sobre o assunto, na viagem de regresso dos Emirados Árabes Unidos para Roma.

Várias freiras acusam clérigos de abuso sexual nos últimos anos na Índia, na África e na Itália. Uma revista do Vaticano publicou na semana passada uma reportagem sobre freiras que abortam ou chegam mesmo a dar à luz bebés concebidos durante violações cometidas por homens da Igreja. Agora, o Papa Francisco revela que o Vaticano está a investigar os casos e que já suspendeu alguns desses violadores.

Em setembro, o pontífice apelou à denúncia de casos de violação que envolvam padres: “Acabar com isto não significa seguir em frente, mas procurar uma cura, reparação, tudo o que for necessário para curar feridas e restaurar a vida de tantas pessoas”, disse, durante uma reunião privada com jesuítas em Dublin, Irlanda. No mês anterior, o Papa já tinha publicado uma carta onde condenava o abuso sexual por parte de padres e o seu encobrimento.

Nessa mesma viagem, à conversa com os jornalistas, o Papa Francisco também declarou estar disponível para intervir na crise política na Venezuela, mas apenas se duas condições forem satisfeitas: que o pedido de ajuda, já endereçado por Nicolás Maduro através de uma carta, também venha da oposição do ditador venezuelano; e que as duas partes do conflito tomem “medidas preliminares” para entrarem em diálogo.

C/Observador

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