A Organização das Nações Unidas (ONU) disse ser quase inevitável uma fome generalizada na Faixa de Gaza, com maior incidência no norte onde a ajuda humanitária não chega. Cerca de 576 mil pessoas, ou seja um quarto da população local, está a um passo da fome extrema, e uma a cada seis crianças menores de dois anos sofre de desnutrição e emaciação (magreza extrema).
O alerta foi feito pelo Programa Mundial de Alimentos, para quem a fome está iminente no norte da Faixa de Gaza, sem acesso aos itens de assistência humanitária e onde continua a guerra entre Israel e o Hamas. Carl Skau, diretor-executivo adjunto do PAM, e Ramesh Rajasingham, do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), explicaram que nenhuma organização humanitária têm sido capaz de levar ajuda à população desta região desde 23 de janeiro.
Cerca de 97% da água em Gaza foi reportada como “não apta para o consumo humano” e a produção agrícola está começando a colapsar, acrescentou Maurizio Martina, diretor-geral adjunto da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). A situação é ainda mais dramática porque, dizem este responsáveis das agências da ONU, a ajuda está a espera na fronteira.
“Os colegas do PAM nos dizem que têm suprimentos de alimentos na fronteira com Gaza, e que em certas condições poderiam alimentar mais de 2,2 milhões de pessoas”. Quase mil camiões com 15 toneladas de comida estão no Egipto prontos para se moverem, disse Dujarric aos jornalistas. Jens Laerke, porta-voz da OCHA, confirmou, em Genebra, na Suíça, que forças israelenses bloqueiam “sistematicamente” o acesso a Gaza. “Todos os comboios previstos para levar ajuda ao norte foram recusados por Israel nas últimas semanas”, desabafou
A ONU estima que 2,2 milhões de pessoas – quase toda a população de Gaza – está ameaçada pela fome, especialmente no norte, onde a destruição, os combates e os saques tornam quase impossível a entrega de alimentos. A classificação Fome representa a fase de maior gravidade da escala de insegurança alimentar, que possui cinco estágios: mínima, stress, crise, emergência e catástrofe/fome.
C/Agências
