A nave espacial russa Soyuz MS-27 atracou esta terça-feira, 8 de abril, com sucesso na Estação Espacial Internacional (ISS), pouco mais de três horas depois de ter descolado do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, informou a agência espacial russa Roscosmos.
A Soyuz MS-27 transportou para a ISS os astronautas russos Sergeu Ryjokov e Alexei Zubritskiy e o norte-americano Jonny Kim, da NASA. A manobra de atracagem da Soyuz com o módulo Rassvet, parte do segmento russo da plataforma orbital, foi realizada automaticamente e transmitida em direto pela televisão, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.
Os três astronautas deverão passar cerca de oito meses no posto avançado espacial e efetuar 50 experiências científicas no espaço até regressarem à Terra, a 9 de dezembro. Nas próximas duas semanas a ISS contará com dez residentes, incluindo os astronautas da NASA Nichole Ayers, Anne McClain e Don Pettit, o da Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA) Takuya Onishi e os da Roscosmos Kirill Peskov, Ivan Vagner e Alexey Ovchinin.
A expedição dos recém-chegados, a 73.ª, iniciar-se-á a 19 de abril, após a partida de Pettit, Ovchinin e Vagner, no final de uma missão científica de sete meses a bordo do laboratório orbital.
Cooperação entre Rússia e EUA no espaço
A nave, que chegou à ISS, com uma pintura em homenagem ao 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, descolou do cosmódromo de Baikonur, alugado pela Rússia ao Cazaquistão. O espaço é um dos últimos domínios de cooperação entre a Rússia e os Estados Unidos, com relações marcadas por tensões, nomeadamente devido ao conflito na Ucrânia, embora Moscovo e Washington tenham retomado recentemente as conversações sob o impulso do Presidente norte-americano, Donald Trump.
No quadro das sanções contra a Rússia, os países ocidentais puseram termo à parceria com a Roscosmos, mas as naves Soyuz continuam a ser um dos únicos meios de transporte de tripulações para a ISS. O setor espacial russo tem sofrido durante anos de subfinanciamento crónico, escândalos de corrupção e fracassos como a perda da sonda lunar Luna-25 em agosto de 2023.
Mas estes problemas não diminuíram as ambições da Rússia, que pretende construir a própria estação orbital para substituir a envelhecida ISS e retomar as missões à Lua. A agência russa está também a procurar novas parcerias com países do Sudeste Asiático, de África e do Médio Oriente.
C/Agências de Notícias