Musk suspende contas de Twitter de jornalistas “incómodos” da CNN, The New York Times e Washington Post 

Oito jornalistas norte-americanos que cobrem as atividades do bilionário Elon Musk e da rede social Twitter tiveram as suas contas suspensas sem justificação. Entre eles, estão profissionais da CNN Internacional, do New York Times e do Washington Post.

Musk comprou o Twitter prometendo ser um defensor radical da liberdade de expressão, mas menos de dois meses depois da concretização do negócio, mudou de ideias e começou a calar vozes incómodas. Pelo menos oito proeminentes jornalistas norte-americanos viram as suas contas “permanentemente suspensas” esta noite na rede social, sem justificação da parte do Twitter. Todos têm escrito sobre o caos em que a empresa caiu desde que Musk a adquiriu por 44 mil milhões de dólares.

Entre os jornalistas suspensos do Twitter estão alguns profissionais da CNN Internacional, do New York Times e do Washington Post que têm acompanhado as atribulações de Musk desde que se tornou patrão do Twitter. Apesar de não terem recebido qualquer justificação para a suspensão, vários visados suspeitam que se trata de uma vingança deste bilionário pelo facto de se terem tornado vozes críticas da gestão caótica que o bilionário tem levado a cabo na empresa.

Embora não haja explicação do Twitter, a suspensão parece estar relacionada com o fim da conta @ElonJet – os jornalistas suspensos estavam a escrever sobre mais este caso problemático da gestão Musk, e sobre o facto de a conta @ElonJet continuar a funcionar no Mastodon, outra rede social, alternativa ao Twitter. 

A conta @ElonJet tornou-se célebre ao divulgar no Twitter os trajetos do avião de Musk, utilizando informações públicas sobre tráfego aéreo global. A conta, que tinha mais de meio milhão de seguidores, foi criada por um estudante universitário da Florida, Jack Sweeney, de 20 anos. A conta pessoal de Sweeney no Twitter também foi suspensa na quarta-feira. Foram igualmente suspensas contas semelhantes que seguiam em tempo real os aviões privativos de outros bilionários, como Mark Zuckerberg e Jeff Bezos, que nunca se queixaram da sua existência.

Musk alterou as regras de utilização do Twitter para introduzir uma regra proibindo a divulgação em tempo real da localização de aviões privados porque, segundo alegou, isso constitui um “risco de segurança” – nomeadamente para si próprio. Uma decisão que é o oposto que o mesmo Musk prometeu há pouco mais de um mês. A 7 de novembro, quando se aumentavam as dúvidas sobre o propalado compromisso do multimilionário em relação à liberdade de expressão, Musk escreveu: “O meu compromisso com a liberdade de expressão vai até não banir a conta que segue o meu avião, embora isso seja um risco direto para a minha segurança pessoal.”

A CNN já reagiu dizendo que “a suspensão impulsiva e injustificada de uma série de jornalista, incluindo Donie O’Sulivan da CNN, é preocupante mas não surpreendente. “A crescente instabilidade e volatilidade do Twitter deve ser uma preocupação incrível para todos os que utilizam o Twitter”, disse o porta-voz. A mesma fonte disse que a CNN pediu explicações ao Twitter, e que irá “reavaliar”a relação entre as duas empresas “com base nessa resposta”.

Já o The New York Times entende que a suspense dos relatos de vários jornalistas proeminentes é questionável e infeliz. Este jornal diz esperar uma explicação satisfatória para esta acção e que os relatos destes profissionais sejam restabelecidos. 

C/CNN Portugal

Sair da versão mobile