Subiu para 350 o numero de mortos que levava pessoas a fazer jejum para encontrar Jesus, com mais 12 corpos encontrados segunda-feira. O número, que faz deste caso uma das piores tragédias relacionadas a cultos no mundo, pode ainda aumentar já que mais de 600 pessoas estão desaparecidas.
De acordo com o ministro do Interior, Kithure Kindiki, pelo menos 40 novas valas comuns foram identificadas e aguarda para serem abertas na floresta de Shakahola, no condado costeiro de kilifi. “Perdemos muitos quenianos cujo pecado foi seguir e confiar numa pessoa que acreditavam ser um homem de Deus. Vimos famílias inteiras enterradas numa única sepultura”, lamentou.
A abertura das sepulturas prossegue e, segundo dados divulgados pelo médico que lidera a instituição de patologia legal queniano, Johamsem Oduor, dos 338 corpos já examinados, 117 eram menores e 201 adultos, enquanto que 20 estavam demasiados decompostos para se poder determinar a idade.
Quase todos os corpos do chamado “massacre de Shakahola” foram exumados de sepulturas e valas comuns numa zona de bosque com cerca de 320 hectares. As autópsias realizadas aos corpos encontrados em uma floresta no sudeste do Quênia, onde membros desta uma seita evangélica se reuniam, revelaram sinais de fome e alguns, sobretudo crianças, tinham também vestígios de estrangulamento, asfixia e ausência de órgão, segundo um documento judicial.
“Laudos de autópsia revelaram que faltavam órgãos em alguns corpos das vítimas que foram exumados”, indica o documento. O texto também menciona “tráfico de órgãos humanos bem coordenado que envolve vários atores”.
As investigações policiais sugerem que os fiéis foram forçados a continuar o jejum, mesmo que quisessem abandoná-lo. Até à data, 37 suspeitos foram detidos por estes acontecimentos, que chocaram o país, incluindo o líder da seita, o pastor Paul Mackenzie, e sua mulher, Rhoda Maweu.
C/Agências