Morreu Francisco, o Papa da misericordia e da simplicidade 

Morreu o Papa Francisco (1936-2025), líder da Igreja Católica desde 2013.  O Bispo de Roma morreu durante a madrugada desta segunda-feira, aos 88 anos de idade. “Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da Igreja”, anunciou o cardeal Kevin Farrell num comunicado divulgado pelo Vaticano.

A notícia da morte do Papa surge um dia depois do Sumo Pontífice ter surpreendido os fiéis ao aparecer na varanda da Basílica de São Pedro, para as celebrações da Páscoa. Francisco esteve internado durante cinco semanas no Hospital Universitário Agostino Gemelli, em Roma, onde deu entrada para tratar uma bronquite, que evoluiu para infecção respiratória e, posteriormente, para pneumonia. Teve alta a 23 de Março, e esta foi a sua quarta e mais longa hospitalização desde o início do seu pontificado.

Nos últimos tempos, a saúde do Papa Francisco foi ficando cada vez mais debilitada. As constipações e gripes tornaram-se recorrentes. Problemas no quadril, no nervo ciático e nos joelhos agravaram-se e passou a  deslocar-se em cadeira de rodas. O antigo arcebispo de Buenos Aires deixou uma imagem de um Papa dos pobres e da simplificado, próximo dos migrantes e do diálogo com outras religiões, mas também um reformador que reforçou os poderes da Cúria. 

Jorge Maria Bergoglio nasceu a 17 de Dezembro de 1936, numa família de imigrantes italianos. Antes de se virar para o sacerdócio estudou Química e em 1958 entrou para a Companhia de Jesus, tendo sido ordenado padre em 1969. Ocupou vários cargos nos jesuítas antes de chegar à chefia da ordem na Argentina em 1973. Em 1992 é nomeado bispo auxiliar de Buenos Aires, e arcebispo em 1998.

Foi eleito papa a 13 de Março de 2013, optou pelo nome de Francisco em homenagem a São Francisco de Assis, pelo seu compromisso em prol dos pobres, da misericórdia e da simplicidade. Foi o primeiro Papa oriundo do hemisfério Sul. O seu pontificado ficou marcado por reformas visando a modernizar a Igreja católica e a torná-la mais inclusiva.

Foi também muito contestado por sectores conservadores em relação às reformas que implementou: a sua autorização de bênçãos a casais homossexuais acabaria por suscitar descontentamento junto de franjas da Igreja em África. Destacou-se na defesa do meio ambiente, tendo, por exemplo, publicado a encíclica alusiva “Laudato si”, apelando à defesa da nossa casa comum.

Procurou também lutar contra os abusos sexuais e privilegiou deslocações em zonas de conflito ou na periferia da Igreja, da ilha italiana de Lampedusa, porta de entrada de muitos migrantes na Europa, ao Iraque. Sem esquecer o frenesim que o rodeou na deslocação a Timor Leste em Setembro de 2024 ou às Jornadas Mundiais da Juventude, em Agosto de 2023, ou na visita a Moçambique em 2019.

C/Agências de Notícias

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