Militares anunciam golpe de Estado no Gabão e fecham fronteiras do país

Militares do Gabão anunciaram um golpe de Estado esta quarta-feira, 30, em um pronunciamento na televisão, após a divulgação dos resultados das eleições gerais do país, alegando fraude. As fronteiras foram fechadas e a localização do presidente, Ali Bongo Ondimba, é desconhecida.

Um grupo de militares de alto escalão apareceu ao vivo na rede nacional Gabão 24 para reivindicar a tomada de poder. Anunciou ainda que todas as instituições estatais, como o Senado e a Assembleia Nacional, estavam dissolvidas.

Após o horário previsto para as eleições presidenciais, o governo emitiu um toque de recolher noturno e cortou os serviços de internet no país, o que levantou suspeitas e preocupações quanto à transparência do processo eleitoral.

Durante o pronunciamento na televisão, os militares afirmaram que as eleições do país estavam anuladas devido a falta de credibilidade. “Em nome do povo gabonês, nós decidimos defender a paz e colocar um fim no regime atual”, declaram. 

O presidente do Gabão, Ali Bongo Ondimba, governou o país nos últimos 14 anos e foi reeleito com cerca de 64% dos votos para um terceiro mandato, segundo a autoridade eleitoral do país. A localização de Bongo é desconhecida. Ele não aparece em público desde o momento em que votou no sábado.

A família do político gabonês governou a nação produtora de petróleo durante 56 anos, ou seja, quase todo o período pós-independência da nação que conseguiu se desvincular da França em 1960.

O chefe de Política Externa da União Europeia, Josep Borrell, afirmou que acompanha o caso e que o bloco deve discutir a situação no Gabão. “Se for confirmado, é um outro golpe militar que aumenta a instabilidade em toda a região”, disse, realçando que a situação é um grande problema para a Europa.

Outro país africano que enfrenta um golpe militar é o Níger. Uma junta militar tomou o poder no fim de julho. Mali e Sudão também estão sob comando militar. Ambos têm atuação do Grupo Wagner, que é ligado à Rússia. A África tem se tornado um campo de batalha entre a Rússia e o Ocidente. 

C/Agências

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