As controversas medidas do presidente Donald Trump provocaram a primeira grande manifestação popular dos norte-americanos, dentro e fora do país. Ontem, milhares de pessoas saíram às ruas nos Estados Unidos – e várias centenas também em cidades europeias -, naquilo que foi considerado o maior protesto realizado até agora contra a sua administração. Isto numa semana marcada pelas tarifas comerciais impostas por Trump a praticamente todos os países do mundo e que são vistas como a declaração de uma guerra comercial.
Na onda de manifestações massivas contra Donald Trump e Elon Musk, seu conselheiro próximo, mais de 1.200 cidades americanas acolheram a maior demonstração de oposição popular desde a reeleição de Trum. O epicentro das manifestações foi a capital, Washington, onde mais de 20 mil pessoas se reuniram no National Mall, ostentando faixas com frases como “Resistência ao autoritarismo”, “Democracia em risco” e “Mercados afundam, Trump joga golfe”.
Entre os participantes estiveram representantes de mais de 150 grupos ativistas, além de políticos democratas que discursaram em palco criticando as recentes medidas da administração Trump — incluindo o novo pacote de tarifas comerciais, cortes em investigação científica, despedimentos em massa nos institutos públicos e políticas migratórias restritivas. Para uma das oradoras, acontece que Elon Musk e Donald Trump estão a tentar redesenhar o governo como se fosse uma empresa privada.
Os protestos ocorreram simultaneamente em todos os 50 Estados americanos, com adesões também no Canadá e México, enquanto Trump passou o dia jogando golpe em Mar-a-Lago. As manifestações aconteceram ainda em várias cidades da Europa. Em Frankfurt, na Alemanha, o protesto sob o mote “Hands Off!” foi organizado pela Democrats Abroad, braço internacional do Partido Democrata para cidadãos americanos que vivem fora do país. Entre os slogans, liam-se mensagens como “Restore Democracy”, “Hands off our personal data” e “The world is tired of your bullshit Donald, be gone!”
Na França, na Praça da República, de 200 pessoas – a maioria cidadãos americanos – se manifestaram contra Trump. Houve discursos, faixas com frases como “Resist Tyrant”, “Feminists for Freedom not Fascism” e “Save Democracy”, além de um número musical com a canção Masters of War, de Bob Dylan. Em Portugal, os cidadãos norte-americanos evocaram o espírito do 25 de abril como inspiração para enfrentar este momento nos EUA.
C/Dn.pt