Mais de 14 milhões de angolanos votam hoje nas eleições gerais

Mais de 14 milhões de angolanos são esta quarta-feira chamados a votar nas quintas eleições gerais, um processo considerado pouco transparente pela oposição, mas que o Governo acredita e considera ser exemplar. Segundo a polícia angolana, quase 36 mil agentes garantem a segurança nas mais de 13 mil assembleias de voto e mais de 80 mil efetivos estão envolvidos na segurança destas eleições, que vão ser supervisionadas por cerca de dois mil observadores nacionais e internacionais.

O MPLA e a UNITA deverão partilhar a maioria dos 220 lugares da Assembleia Nacional. A Constituição estipula que os dois primeiros da lista nacional do partido mais votado serão, automaticamente, presidente e vice-presidente de Angola. O MPLA indica João Lourenço (candidato à reeleição) e Esperança Costa, para Presidente e vice-presidente. Já a UNITA indica o seu líder Adalberto Costa Júnior e, como número dois, Abel Chivukuvuku, fundador e antigo líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), o terceiro partido com mais assentos.

Além do MPLA e da UNITA, concorrem mais seis formações políticas: CASA-CE, Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Partido de Renovação Social (PRS), Aliança Patriótica Nacional (APN), Partido Humanista de Angola (PHA) e Partido Nacionalista para Justiça em Angola (P-Njango).

O período eleitoral foi marcado pela morte no dia 8 de julho, em Barcelona, Espanha, do ex-presidente José Eduardo dos Santos, e pela contenda familiar que se seguiu, uma disputa judicial e diplomático em que levou a melhor a viúva, Ana Paula dos Santos, e os três filhos, apoiados pelo Governo, contra os filhos mais velhos que estão em rota de colisão com o regime e não vão estar presentes nas exéquias.

A polícia angolana mobilizou todo o o seu efetivo até quinta-feira, e 75% dos meios entre 26 de agosto e 6 de setembro. As medidas de prevenção e segurança, de acordo com uma diretiva do Ministério do Interior, vão vigorar até 1 de setembro, em que está prevista a tomada de posse dos membros eleitos.

A Comissão Nacional Eleitoral (CNE), entidade que tem sido a principal visada pelas críticas dos partidos da oposição, criou 13.238 assembleias de voto, constituídas por 26.443 mesas, no território nacional, e 26 assembleias de voto com 45 mesas no estrangeiro, para as quais foram recrutados 105.952 membros. Do total de 14.399 milhões de eleitores, que poderão votar ao longo do dia de hoje, 22.560 são da diáspora, distribuídos por 25 cidades de 12 países de África, Europa e América.

C/Imprensa internacional

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