Governo talibã proíbe mulheres de frequentar universidades

O Governo do Afeganistão administrado pelo talibã, anunciou esta terça-feira a proibição do acesso de mulheres às universidades por tempo indeterminado. Esta medida já provocou condenação dos Estados Unidos, Reino Unido e da Organização das Nações Unidas. 

“Recomenda-se que implementem a ordem de suspender a educação das mulheres até novo aviso”, lê-se na carta assinada pelo ministro do Ensino Superior, Neda Mohammad Nadeem, enviada a todas as universidades públicas e privadas do país.

Este anúncio do governo do Talibã chega menos de três meses depois que milhares de mulheres realizaram as provas de acesso à universidade e no momento em que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se reunia em Nova York para discutir a situação do Afeganistão.

Governos estrangeiros, incluindo os Estados Unidos, disseram que é necessária uma mudança nas políticas de educação das mulheres antes de considerar o reconhecimento formal do governo do Talibã, que também está sujeito a pesadas sanções.“O Talibã não pode esperar ser um membro legítimo da comunidade internacional até que respeite os direitos de todos os afegãos, especialmente os direitos humanos e a liberdade fundamental de mulheres e meninas”, disse o vice-embaixador dos EUA na ONU, Robert Wood, ao conselho, descrevendo a medida como “absolutamente indefensável.”

A embaixadora do Reino Unido na ONU, Barbara Woodward, disse que a suspensão foi “outra restrição flagrante dos direitos das mulheres e uma profunda decepção para todas as alunas”. “É também mais um passo do Talibã para se afastar de um Afeganistão autossuficiente e próspero”, disse. Já o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, considera que a medida foi “claramente outra promessa quebrada. 

Em março deste ano, o Governo talibã recebeu críticas de muitos governos estrangeiros e de alguns afegãos por retroceder e abandonar os sinais de que todas as escolas secundárias para meninas seriam abertas. Endurecendo ainda mais as medidas, proibiu a maioria das adolescentes de frequentar o ensino médio, o que limita as suas chances de ter acesso à universidade. 

C/Yahoo.com

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