O ministro do Interior britânico afirma que assinou o pedido de extradição do fundador do Wikileaks Julian Assange para os Estados Unidos e que cabe agora aos tribunais decidir. “Ontem, quarta-feira, assinei e certifiquei a ordem de extradição que vai ser apresentada ao tribunal na sexta-feira”, disse Sajid Javid à BBC, realçando que cabe ao tribunal “a decisão final”.
O australiano, detido no Reino Unido, deverá comparecer amanhã num tribunal de Londres para uma audiência preliminar do processo de extradição, na sequência do pedido formalizado pelos Estados Unidos. Mas o veredicto só deve ser anunciado dentro de meses e a última palavra cabe ao Governo britânico, que pode decidir aplicar, ou não, a decisão judicial.
Julian Assange, 47 anos, é acusado pelos EUA de duas dezenas de crimes, incluindo espionagem e divulgação de documentos diplomáticos e militares confidenciais, puníveis no seu conjunto por uma pena que pode chegar aos 170 anos de prisão, diz o Washington Post. O fundador do Wikileaks recusa a extradição, argumentando que os seus actos “protegeram muitas pessoas”.
Assange foi condenado, em Maio, a 50 semanas de prisão por violar as condições de liberdade condicional em 2012, ao refugiar-se na embaixada do Equador em Londres para evitar a extradição para a Suécia, onde era acusado de delitos sexuais. Esteve quase sete anos na embaixada do Equador até que, em 11 de abril, o Presidente equatoriano lhe retirou a proteção diplomática e permitiu a sua detenção pela política britânica.
C/Observador.pt