Faleceu Brigitte Bardot, ícone do cinema mundial que abandonou a carreira para proteger animais

Em 2004, foi condenada por incitação ao ódio racial em um livro, e seu apoio à extrema direita francesa, especialmente à candidata Marine Le Pen.

Faleceu Brigitte Bardot, ícone do cinema e cantora francesa de renome internacional, e que escolheu abandonar a sua prestigiada carreira para se dedicar à defesa dos animais. A musa das telas, que actuou em quase 50 filmes e gravou 70 músicas, morreu aos 91 anos de idade, mas a causa não foi ainda divulgada.

Nascida em Paris em 1934, baptizada com o nome Brigite Anne-Marie Bardot, marcou ainda a sua carreira com a chamada “pose Bardot” – sentada, pernas cruzadas e olhar provocante -, além de ter popularizado o decote ombro-a-ombro, que até hoje leva o seu nome. Antes de ser descoberta pelo cinema, fazia balé clássico, tendo-se formado no Conservatório Nacional de Música e Dança. Elegante, aos 15 anos já estampava capas de revistas como Elle, iniciando sua trajetória como modelo.

Apareceu pela primeira vez nas salas de cinema em 1952, no filme “A Garota do Biquíni”, mas foi em 1956 que ganhou fama mundial com “E Deus Criou a Mulher”, dirigido por seu então marido, Roger Vadim. O longa-metragem, repleto de sensualidade e ousadia para a época, foi censurado em Hollywood — o que apenas aumentou sua popularidade.

Descrita como “a mulher que inventou Saint-Tropez”, Bardot transformou-se em um ícone da liberdade sexual feminina, desafiando padrões conservadores e provocando escândalos onde passava. Em 1957, padres em Nova York chegaram a pedir que fiéis boicotassem seus filmes, e o Vaticano a classificou como “má influência”. O resultado foi o oposto: as filas nos cinemas só cresceram.

Após se aposentar do cinema em 1973, aos 39 anos, dedicou sua vida ao ativismo pelos direitos dos animais, criando a Fundação Brigitte Bardot em 1986. A organização atua em resgate, proteção e campanhas de esterilização. Vegetariana convicta, chegou a doar dinheiro para ajudar cães de rua em Bucareste e ameaçou se mudar para a Rússia após um zoológico francês negar tratamento a dois elefantes doentes.

Apesar da carreira humanitária, sua imagem se viu novamente cercada por polémicas. Em 2004, foi condenada por incitação ao ódio racial em um livro, e seu apoio à extrema direita francesa, especialmente à candidata Marine Le Pen, reacendeu debates sobre sua figura pública.

Aos 91 anos, Bardot foi levada às pressas para um hospital em Toulon, no sul da França, após ser diagnosticada com uma “doença grave. A estrela morreu, após passar por uma cirurgia.

C/Globo.com

Sair da versão mobile