EUA deportam três crianças cidadãs americanas e separam mãe cubana da filha de um ano

As autoridades dos EUA deportaram nos últimos dias a mãe cubana de uma menina de apenas um ano, acto que provocou uma inesperada separação por tempo indeterminado entre mãe e filha, noticiam vários jornais. Além disso, três crianças – de dois, quatro e sete anos, consideradas cidadãs americanas – e as respectivas mães hondurenhas, tiveram o mesmo destino, a saída compulsiva do território norte-americano, revelaram sábado os seus advogados.

Neste último caso, a criança de 4 anos – que sofre de uma forma rara de cancro – e a de 7 anos foram deportadas para as Honduras um dia depois de serem presas com a mãe. No caso envolvendo a menina de 2 anos, um juiz federal da Louisiana levantou questões sobre a deportação da criança e considerou que o governo não provou que o fez de forma correta. A sua mãe, que está grávida, foi detida na terça-feira por causa de uma ordem de deportação pendente, juntamente com a bebé de 2 anos e a sua irmã de 11 anos, esta nascida nas Honduras, durante uma consulta num escritório do serviço de emigração.

O juiz contactou os advogados do governo na sexta-feira para falar com a mulher, mas recebeu uma ligação de volta menos de uma hora depois, dando conta de que era impossível conversar com ela porque “tinha acabado de ser libertada nas Honduras”.

Os advogados descreveram como as mulheres foram detidas em controlos de rotina nos escritórios da polícia de imigração (mais conhecida na sua sigla inglesa, ICE) e adiantaram que estas praticamente não tiveram oportunidade de falar com representantes legais ou familiares, sendo deportadas em três dias ou menos.

A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla inglesa), o Projeto Nacional de Imigração e vários outros grupos disseram, em comunicado, que a forma como o ICE deportou crianças, que são cidadãs americanas, e as suas mães é um “abuso de poder chocante, embora cada vez mais comum”. Gracie Willis, do Projeto Nacional de Imigração, disse que as mães, no mínimo, não tiveram uma oportunidade justa de decidir se queriam que as crianças ficassem nos Estados Unidos.

No caso da mãe cubana, a mulher é casada com um cidadão norte-americano e tem uma menina de 1 ano, também ela cidadã norte-americana. Acabou detida numa entrevista agendada para um escritório do ICE sem qualquer comunicação e levada de avião para Cuba dois dias depois, quando ainda estava a amamentar a filha, que sofre de convulsões, disse sua advogada.

Estes e outros episódios têm suscitado reações adversas e, conforme vários jornais, levantam dúvidas sobre quem está a ser deportado e o motivo. Acontecem num momento em que se trava uma batalha nos tribunais federais sobre as medidas contra a imigração da administração do Presidente Donald Trump.

C/ Lusa.pt / CNN.pt / Dn.pt

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