Erdogan sente-se mal durante directo na TV e cancela eventos de campanha

O Presidente da Turquia, actualmente em intensa campanha para uma difícil reeleição, cancelou a toda a sua agenda, depois de também ter adiado os comícios e eventos previstos para quarta-feira. Especula-se que Recep Tayyip Erdogan teria sofrido um ataque cardíaco durante uma entrevista conjunta aos canais Ulke TV e Canal 7.

As redes sociais foram turcas foram imediatamente inundados de informações distintas sobre o estado de saúde do ainda Presidente da Republica, que voltou cerca de 30 minutos depois aos ecrãs para explicar que a indisposição sofrida deveu-se a uma doença súbita no estômago, motivada, segundo ele, pela intensa campanha para as eleições gerais de 14 de maio próximo. Mais tarde, os assessores de Erdogan recorreram ao Twitter para condenar a “desinformação sem qualquer base factual”.

Certo é que o ainda presidente turco cancelou todos os eventos de campanha por dois dias, quarta e quinta-feira. Tinha previsto visitar algumas cidades na região central da Anatólia e, de seguida, inaugurar a primeira central nuclear do país, em Akkuyu, na costa do Mediterrâneo. 

Não é a primeira vez que o Presidente turco, de 69 anos, é obrigado a cancelar eventos por questões de saúde, nem sequer é a primeira vez que se sente mal durante uma entrevista. Também já foi operado duas vezes, em 2010 e 2011, por problemas igualmente relacionados com o aparelho digestivo. 

A emissão da entrevista foi cortada quando a expressão assustada de um dos jornalistas que estavam a entrevistar o Presidente deu a entender que algo de grave se passava com Erdogan. Pouco depois, o próprio veio explicar que estava a sofrer uma “forte intoxicação alimentar”, e que isto são “coisas que acontecem quando se tem um calendário de trabalho tão preenchido”.

Turquia está a celebrar o seu 100º aniversário e estas eleições presidenciais (e parlamentaresErdogan) estão a ser consideradas como as mais importantes da história democrática do país. A fragilidade de Erdogan, que há 21 anos lidera a política turca, pode ser um fator decisivo. Vai enfrentar nas urnas o líder do Partido Republicano do Povo (CHP) Kemal Kilicdaroglu.

Os pró-curdos do Partido Democrático do Povo (HDP) já anunciaram que não vão apresentar um candidato próprio. Para os analistas, isto tenderá a levar ainda mais votos de Erdogan para Kilicdaroglu.

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