Os britânicos vão às urnas esta quinta-feira com projecções que estimam que o Partido Trabalhista pode alcançar uma vitoria histórica e acabar com 14 anos dos Conservadores no poder. O maior partido da oposição manteve uma vantagem de 20 pontos percentuais nas intenções de votos nos últimos meses, com as últimas sondagens a reiterarem a previsão de uma maioria absoluta.
Por conta disso, a imprensa do Reino Unidos prevê uma vitória esmagadora do Partido Trabalhista. Citam, por exemplo, as sondagens da MRP, a maior no âmbito nacional e que projecta o resultado por distrito, coloca a maioria do PR entre 162 e 382 assentos. A concretizar, os conservadores liderados por Rishi Sunak arriscam uma ampla derrota, que pode beneficiar também os Liberais.
Embora o controlo de dois terços dos 650 assentos da Câmara dos Comuns não oferece poderes especiais, um partido com tantos votos seria um terremoto politico com potencial para abalos secundários, de acordo com especialistas. Na estremada superior da faixa, a sobrevivência do Partido Conservador, com 300 anos, estaria em risco, acrescentam.
Keir Starmer enfrentaria menos oposição externa, mas poderia sofrer pressão interna para ser mais ambicioso e progressista, talvez com mais aumentos de impostos e gastos públicos. A Bloomberg Economias avalia que isso poderia ser benéficas para a economia, mas a decisão deixa os britânicos ricos nervosos.
Mas há os que vêem um movimento para laços mais estreitos com a União Europeia como um possível desmantelamento do Brexit, que manteve os ativos do Reino Unido em baixa desde o referendo de 2016. As mesas de votos abriram às 07h00 e encerram às 22h00 em Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte, mas muitos eleitores já votaram por correspondência.
A sondagem à boca das urnas comum às principais televisões britânicas será anunciada às 22h00, mas os resultados concretos só serão conhecidos ao longo da noite e madrugada. Um partido pode formar governo se conseguir uma maioria absoluta de 326 assentos. Se ficar aquém terá de negociar com outros partidos um acordo de apoio parlamentar ou formar uma coligação.
No caso de maioria absoluta, o líder do respetivo partido será encarregado pelo Rei, Carlos III, de formar governo, já na sexta-feira. As eleições legislativas, refira-se, foram convocadas a 22 de maio por Rishi Sunak, surpreendendo políticos e analistas que esperavam que só se realizassem no final do ano.
C/Agências
