A segunda volta das eleições no Brasil está a ser disputada voto a voto, com o país dividido entre os católicos que preferem Lula, e os evangélicos que votam Bolsonaro. Um levantamento recente mostra que o antigo presidente tem 52% das intenções de voto, contra 26% do atual. Já no público evangélico, o cenário se inverte. Bolsonaro lidera com 48% enquanto Lula tem 31%. Por causa destes dados, os pastores evangélicos estão a pressionar os fiéis para votarem no candidato Bolsonaro.
Em um vídeo com mais de 300 mil visualizações no Instagram, a ministra Valnice Milhomens instiga os fiéis a não votarem em candidatos que apresentam “um programa contrário ao reino de Deus”. Toda vestida de verde, amarelo e azul, ela afirma que cada fiel “vai responder diante de Deus pelo seu voto”. A pastora Valnice Milhomens tem 320 mil seguidores no Instagram e 137 mil inscritos em seu canal no YouTube. É uma das muitas líderes evangélicas que têm feito campanha pelo candidato Jair Bolsonaro.
A ministra e presidente da Igreja Nacional do Senhor Jesus Cristo não menciona o nome de Jair Bolsonaro em suas publicações e discursos, mas as cores escolhidas para os vídeos e a mensagem são os da campanha do atual mandatário. Já participou de celebrações religiosas ao lado do presidente e sua família, e tem promovido um movimento de oração e jejum nos dias que antecedem o segundo turno. Em um guia divulgado no site do Conselho Apostólico Brasileira (CAB), os fiéis podem seguir um roteiro de orações, entre as quais há uma com o nome de Jair Bolsonaro.
Já o pastor André Valadão é mais direto em seus pronunciamentos. “Vamos para cima! A vitória do Bolsonaro nesse segundo turno tem que ser grande!”, diz em um vídeo publicado em seu Instagram, onde acumula 5,3 milhões de seguidores. “Tem que votar certo, se não você não é crente não”, afirmou em outro vídeo gravado ao lado de Bolsonaro, usando o bordão que se popularizou em suas redes sociais.
Pressionado, o candidato do PT decidiu enviar uma “Carta de Compromisso” aos evangélicos para tentar reverter o desgaste do Partido dos Trabalhadores junto à estes religiosos. O ex-presidente do Brasil vai pedir aos evangélicos ajuda na politica de prevenção às drogas e na área social. Em resume, Lula da Silva deve indicar que não basta haver igrejas abertas, mas que os evangélicos precisam participar mais na vida nacional. O PT defenderá ainda a representatividade de evangélicos nas diferentes áreas do governo, actuando junto aos concelhos sectoriais e constitucionais.
O texto da carta deve conter pelo menos sete compromissos: garantia da liberdade religiosa, da defesa da família e da vida; garantia de que nenhum templo será fechado e nenhum culto proibido; não enviar ao Congressos leis, nem alterar qualquer norma que envolva valores cristãos, da família e da vida; combater qualquer tipo de preconceito contra evangélicos; participação efetiva nas diferentes áreas do governo; defesa da participação nas políticas públicas, em especial na prevenção às drogas; Valorização de projetos já desenvolvidos nas áreas de assistência social.
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